Eu sempre achei bonita a combinação do azul com o preto. Do verde com o preto. Mas sempre dei prioridade ao branco e preto. É como o inverno, galhos e neve. É o jeito que o floco se envolve no caule da flor e derrete, dura o tempo necessário para ser bom e depois se vai com um pouco de vento frio, que oferece uma xícara de chocolate quente e uma lareira. O cenário é lindo, mas a solidão aproveita a oportunidade e senta na poltrona ao lado e me faz companhia. O livro já nem fazia mais sentido, porque era tão mais lindo ouvir o fogo estalando. A solidão não era uma companhia agradável, então um telefonema resolveu tudo. Pronto, ja tinha meu azul com preto ali comigo. E foi bom, foi um frio bom. Eu gosto do jogo de palavras, eu gosto das suas palavras, da sua voz. De como soa a sua voz ao pé do meu ouvido enquanto me envolve nos teus braços. Aquele seu jeito quando diz que entre a gente vale tudo, fica tão significativo vindo de você. O céu tava escuro suficiente para as estrelas brilharem ainda mais, algumas nuvens cobriam a lua e a música que eu ouvia era a sua respiração e as batidas do seu coração. Eu quis evitar estar tão perto, não queria que você se assustasse com as batidas sufocadas do meu. Não teve jeito, e você ia descobrir mesmo. A lua apareceu e você teve que ir embora, mas eu não queria que fosse, tava tão frio para ficarmos afastados. Pela última vez naquele dia, olhei nos teus olhos tão marcantes, selei com um beijo e te vi diminuindo ao fim da minha rua. Com um sorriso de canto, resmungou uma volta. O frio que me consome me liberta!
Rafaella Alvez
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
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