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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Almas calejadas e brilhantes


Eu tinha me reinventado. Pedi um pedaço de torta de limão, daquelas enjoativas. Por isso também me servi de café, quase amargo. O contraste cai bem. Junto com o meu pedido veio um pouco de você, um sache com o gosto dos seus lábios. Derretido no café, me saboreei. Fazia frio e chovia. Tava bonita a vista dali onde eu me encontrava. Mas eu tinha muita coisa para fazer pra poder me preocupar com a paisagem. Logo comecei a escrever a minha matéria, e ainda no início o celular começa a tocar com o número restrito. Odeio restrição de identidade, logo não atendi. No inverno as pessoas ficam tão bem vestidas, que acho que o verão tem um pouco de inveja. Pensei alto. Eu sei que deveria estar trabalhando, e não tomando café e pensando em sentimento das estações, mas é tão difícil me concentrar. Sem café sem inspiração. Aquele lugar não era muito bom de atendimento, então fui me servir novamente. Droga, odeio usar um monte de coisas no frio porque sempre me distraio  como agora. Odeio enroscar o cachecol nas coisas. Nunca consegui fazer as coisas no silêncio, muito menos escrever, acho que o barulho, as pessoas, e o jeito como as coisas correm enquanto estou com um papel na mão sempre são bem mais aproveitados. De alma e coração blindados me escondi na mesa de canto e continuei o que tava fazendo, agora com um pouco de mais atenção e café. Calculei que já havia gasto um bom tempo ali naquele lugar. Achei que depois de tanto trabalho devia me deliciar numa poltrona de cinema com um filme legal, te liguei pra ir comigo, acho que você não deve ter ouvido o celular. Mas cá entre nós, eu não to com tempo para achismos a essa altura do campeonato. Fui mesmo sozinha. Assisti meu filme, jantei num fast food, peguei meu carro no estacionamento, comprei um sorvetinho e fui pra casa. Celular + bolsa + som desligado = 4 chamadas perdidas suas e quando cheguei em casa, voce plantado no meu portão com uma garrafa de vinho, daquela que eu mais gosto. Caceei minha vontade dos teus lábios nos meus, de estar nos seus braços e de me deliciar com uma taça de vinho enquanto discutimos as músicas de qualquer cantor barato por aí. Cada momento foi bem aproveitado, até aqueles seus beijos embriagados eu aproveitei bem. Sexta a noite é hora de se divertir, ainda mais quando se tem a pessoa certa pra passar o sábado sem fazer nada com você. Ah qual é? Deixa eu escrever a história do meu jeito e ao meu gosto.

                                                                       Rafaella Alvez

1 comentários:

Unknown disse...

Lindo demais !!! Uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu !! eu gosti muito !!!

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