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sábado, 8 de dezembro de 2012

Vez ou outra


Eu odeio ser assim, eu cedo demais. É um lugar no ônibus, o banco da frente no carro, a última bala do meu pacote. E mais uma vez para fechar com chave de ouro, cedi para você meu coração. Primeiro cedi o sorriso, depois umas palavras fiadas, mais tarde já deixei a porta aberta, foi isso que aconteceu, eu cedi abrigo e você entrou e se apossou do meu pobre coração. Pobre de amor, talvez eu devesse dizer.
Fui num café hoje, você tem jeito de quem frequenta cafés... te imaginei ali,confesso. Minha mente é tão vulnerável a você. Eu realmente criei a expectativa de que você entraria por aquela porta a qualquer momento, de fato não aconteceu, mas eu me confortei só de te imaginar na mesa ao lado, trocando olhares comigo, e depois vindo até mim com seu jeito cativante de ser. Queria entender o porque de quando eu olho um rosto na rua, eu desejo fortemente e de dedos cruzados que seja o seu.
Amo essa gente que tem leveza. Leveza no toque, no olhar, no sorriso.Aquele que de tão leve te leva flutuando junto e você mal percebe. 
O sol estava se pondo por trás de uma plantação de girassol, mais vermelho do que nunca, mais ardente e fervoroso do que aquele som alto que estava quase estourando as caixas de som do carro. O céu estava numa mistura, era um mesclado das suas quatro cores principais. A estrada me liberta, me instiga, me renova, e me transforma de uma forma tão íncrivel dentro de mim. O vento no meu rosto tem tanto sentido. As nuvens quebravam como ondas, no meu horizonte imaginário.
Eu tive o desejo repentino de ser sua namorada, a primeira e a última. Aquela que te mostraria o que é gostar de verdade, o quão bom é sentir que alguém realmente gosta da gente, que cuidaria de você, queria te apresentar meu mundo, com a intenção de você ficar. Já faria parte do seu também. Teria piadinhas com o seu pai, e falaria sobre suas manias e costumes com a sua mãe enquanto ela me mostra seu álbum de fotografia antigo, eu e seus irmãos nos uniriamos contra você no video-game, e soltaríamos as cachorras dentro do seu quarto só pra te irritar, por que aliás, você fica lindo quando franzi o nariz demonstrando o nervoso ( bom, eu gosto de te imaginar assim). Mas por enquanto, a gente vai guardando, vai escondendo, mascarando as expectativas, para você não ver o quão desenfreada é a minha paixão. Por que mesmo sonhando, eu tive que por os pés no chão e caminhar rumo a realidade outra vez.

                                                                        Rafaella Alvez

Ps: Perdoem a falta de criatividade ultimamente. Só ando postando esses, para não abandonar aqui, beijos.

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