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sábado, 1 de dezembro de 2012

Multifaces e aleatoridades


Eu roubo palavras, gestos, olhares, risos, e vozes. E tudo que eu queira de alguém. Roubo porque não peço permissão, apenas carrego comigo, por vezes até a força, fragmentos quase imperceptíveis de pessoas conhecidas ou não.
Existe tanto tipo de fusão...todas com seus trejeitos, espécie, e características de acordo com quem as une. Dono de um sotaque único e incopiável, de gênero forte e marcante, seu cheiro impregnava o lugar e me trazia lembranças das quais me fazia bem recordar. É engraçado como o cheiro trás a tona capítulos da nossa vida cobertos de poeira. Em meio a multidão, sempre tem alguém que se sobresai aos meus olhos. Sou nômade e sobrevivo assim, não me contento com pouco, apesar de recolher um pouco de cada um comigo, as roubo e elas nem sequer percebem, temo estarem ocupadas demais com suas vidas turbulentas.
Não volto para os lugares que eu saio. É querer sempre mais, não a distância, mas é fome do mundo, de pessoas. A cada lugar que apareço, com rostos desconhecidos me refaz e refaz e assim sucessivamente. Eu preciso do novo, isso de alguma forma me fortalece, é uma atração muito forte. É uma única direção: MAIS! Sempre somando e aumentando tudo que posso dentro de mim, me permitindo todas as aventuras que eu queira.
Eu de verdade o entendo como ninguém é capaz. Aquele loiro marrento, isso me fascina, o desconhecido talvez, ou como as palavras dele nunca se dirigiram a mim, mas eu sei, o quanto ele pode ser doce quando quer! Mas é mau educado demais, despreocupado demais, desenteressado demais, tudo demais.Mas pesando na balança tudo dá menos, pelo menos no meu ponto de vista. Mas o que me satisfaz é esse gostinho (não sei se pode ser chamado de prazer) de compreender e tentar entender alguém só por deduções e observações ao longe. Agora ao som de Bon Jovi, o carinha do colegial vem me observar, mesmo que por segundos enquanto escrevo.
A minha escrita de certa forma intriga as pessoas. é a forma como as palavras deslizam facilmente por meus dedos, ou escorrem da minha boca com tom natural e firme, apesar daquela garota insistir em dizer que uso disso com ar superior. Julga meu jogo, julga meu jeito, mas no final de tudo, a julga por não conseguir ser igual a mim. Nickname Cigana, se locomovendo conforme o vento, levando e trazendo consigo novas faces e palavras carregadas de fervor. Os céus clamam para que eu aceite a vida como ela é, mas eu sou mais, eu quero mais, eu sou por mais. 
Nada sucinto até agora. 
                                                           Rafaella Alvez

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