Páginas

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Maldição abençoada

Minha constante mutação esta fora de controle nos últimos dias. Pra me encontrar eu tive que me perder, para o meu próprio benefício. Me enchi de coragem, ergui a cabeça e fui. Nesse período, fui enchendo-me de dúvidas, algumas bem cruéis. Porque não a sobremesa primeiro? Quem inventou que terror acompanhado é melhor? E porque as piores cantadas tem que ser as dos pedreiros? Poderiam ser dentistas, padeiros, taxistas. Eu segui no alto daquela montanha para ver se os ventos, leste, oeste, norte e sul se cruzavam e se eram diferentes... acho que se fizeram um só e se converteram numa brisa leve que acariciava meu rosto, e levava consigo os meus pensamentos perturbados. Estou preocupada, minhas mãos tremem a cada dia mais. É que de verdade, eu não to gostando de todos querendo me rotular por aí, e dizer o quanto eles me entendem, se nem eu sei fazer isso. Não me contento em saber que o vazio consome meu corpo e minha mente, é tudo tão neutro e passageiro. É um sorriso do outro lado da calçada, e um tropicão ali na frente. Stephen King fez as honras e não me deixou andar no corredor escuro por mais um dia, mas meus pensamentos conseguiam ser fortemente melhores que as histórias dele. Tinha a ver com um anjo lindo, com barba cerrada e olhar marcante, não esquecendo do sorriso. Ele atormentava meus pensamentos. Droga! E se eu tivesse controle absoluto do vazio preenchido no meu peito? Se era vazio, então tinha algo? São questões desse tipo que me tiram o sono. É urgente outra vez, jogar as palavras desajeitadas no meu bloco de notas e não saber como fazê-las parecerem melhores. Quando pequena perdi a peça do meu quebra-cabeça, e descobri que hoje a peça que falta sou eu, em meio a todo o jogo. Porque na música ele grita que precisa de alguém? É sempre necessário andar acompanhado? Por enquanto eu tô bem sozinha. Odeio como o limão em contato com a pele no sol mancha, odeio porque ele é azedo e os outros fazem questão de dizer o quanto fica bom com sal e álcool.Deve manchar por dentro também, digo rogando uma praga. Eu gosto do preto e branco, mas admito que tem coisas que não devem se incluir a regra, o colorido dos lábios rosados dele por exemplo. Anjo maldito! Por que és tão belo? Por dentro e por fora. Por que me fascina? Por que esta impregnado na minha mente, como uma droga duradoura? Eu aprecio muito mais o vazio à você, que fique sabendo desde já. Era anjo, por que eu via e não tocava,eu falava mas não sentia. Era anjo por que no meio do meu mundo perturbado ele me ergueu e me levou com ele.
                                                                           Rafaella Alvez

0 comentários:

Postar um comentário