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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Diga sim

O reencontro é ainda melhor.Muitos pedem doses de desapego,porém o mundo não se deu conta ainda de que nós precisamos mesmo são dos apegados.Para de por uma armadura meu filho e vai viver,chega de caô e para de bancar o otário querendo agradar todo mundo.O meu rádio ta sintonizado em qualquer estação e as músicas são tão antigas.Essa sensação é tão boa.A minha pele se arrepia de uma forma indiscritivel quando a Whitney grita na música "stay in my arms if you dare". A saudade da 6ª serie é inevitável, era tudo tão mais tranquilo naquela época,tempos de descobertas e mudanças.Nada foi em vão, e aquele sorriso idiota quando toca uma música ruim é de satisfação, por lembrar que eu ouvia isso com as minhas amigas naquela época e adorava.Coisas que hoje eu não suporto nem olhar, eu achava graça naquele tempo.O que passou,passou.Hoje em dia tudo é tão mais desvalorizado,as pessoas sofrem e pedem por desapego,mesmo no fundo querendo um pouquinho de afeto de qualquer fonte que possam beber.É tanta gente com pressa, ocupada com o trabalho,arquitetando planos para as festas de fim de ano, que esquecem que é aqui e agora que tudo funciona.Dois minutos se passaram e o que voce tem a dizer do seu passado ? - Eu tava planejando! Diria o idiota da mesa ao lado, procurando a caneta que estava atrás da orelha.Me enchendo o saco os pregos do trabalho me pedem pra mudar a estação.E por falar em estação, aquele ônibus tava demorando demais para chegar,e a chuva apertava e molhava justo o meu sapatinho de camurça novo,que droga, a minha pasta não resolvia muita coisa,mas ja evitava de escorrer aquele pouco de maquiagem que resolvi passar hoje.O cavalheiro ao lado tinha um guarda-chuva e logo já se aproximou e ofereceu cobertura para mim,por sorte meu transporte havia chego.Agradeci aos céus por isso.Ta vendo como a pressa atrapalha tudo?!Derrubei minha pasta e todos os documentos do trabalho cairam numa poça.Mas o dia estava a meu favor com paciência peguei tudo que havia caído e fui embora.Dessa vez ensopada ao lado de uma senhora,com jeitinho de vovó mesmo sabe? Eu já tinha perdido muita coisa naquele meio tempo e estava molhada,então o azar não poderia ser maior.Resolvi não descer em nenhuma das paradas,fiquei e observei todos os tipos de pessoas daquele ônibus,uma por uma. Tudo diferente,cultura,costumes,etnias,roupas. Porém tinham muita coisa em comum, a maioria dali(pude contar nos dedos de uma só mãos as que não se incluiam),mas quase todas tinham olhares vazios. Me mantive todo o trajeto quieta,e agora resfriada.Quis me esconder do motorista quando ele gritou que a próxima era a parada final e olhou para mim,com olhar de reprovação. Até fingir ter pego no sono e não funcionou,ele me enxotou dali e fui andando pra casa. Esbarrei com um cara da faculdade que me cedeu sua blusa quente e em troca dei-lhe meu coração mais quente ainda. Nada mais bem feito que uma barba mal feita diria Tati ... chega de desapego eu gritei quando a chuva voltou a cair e embalou nosso beijo. Caminhar com alguém ao nosso lado não só causa menos problemas, como ajuda a solucionar os poucos que ainda nos assombram a noite.
                                                                            Rafaella Alvez

                                                                

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