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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Preto no branco numa noite de quinta


A impulsividade tomou conta da menina,a transformou em outra pessoa naquela noite.Apenas uma mensagem mudou tudo.Não importava o batom se era vermelho,laranja ou até mesmo amarelo.Era algo dentro dela que havia mudado.Seu jeito, seus pensamentos e o fisíco nem quero cogitar.Aquela barba cerrada me deixou encantada,o sorriso e olhar marcante,o beijo quente; dessa vez ele sabia o que estava fazendo! O lápis escorrido de manhã foi inevitável,nem com água e sabão eu pude remove-lo por inteiro,e assim também aconteceu com o cheiro dele impregnado nas minhas roupas,na minha pele,por todo meu corpo … Soa estranho falando assim,e até parece apologia a sexo(o que quero deixar claro que não tem nada a ver),mas são só acontecimentos inevitáveis de se contar de outro jeito,a não ser este tão provocante como foi.Era diferente desta vez, não havia cumplicidade,era inexistente a idéia de nós dois juntos. E por íncrivel que pareça eu preferia assim.Tic-Tac,fazia o relógio incessantemente, as músicas eram péssimas ao meu ver,mas ele gostava então eu deixei.Não eram para existir borboletas, e nem falta de assunto, muito menos um pouquinho de timidez ou gagueira,mas aconteceu naturalmente. E ele não perdoava uma sequer. Usar argumentos do passado e reavivar a memória, como uma máquina do tempo, foi o que aconteceu naquelas horas. Me fez ver, o fez ver, nos fez ver. Que juntos nunca funcionáriamos direito, mas que unidos era reconfortante e fazia bem. Ele gosta de verde e eu de azul , ele prefere sertanejo romântico e eu Raimundos, ele fala do mundo explorado das baladas e eu das aventuras nos livros. Somos Vênus e Marte, mulher e homem, amor e ódio. São coisas que nunca foram feitas para “funcionar”, mas que se encaixam de uma forma extraodinária,com uma química perfeita,e com todo aquele clichê de ‘os opostos se atraem’. E aqui estou eu provando que isso pode não ser e não é apenas teoria. Quando dá vontade,saudade,carência, basta um sms,uma ligação e pronto. Cessa! Somos nós hoje em dia , e assim preferimos e rimos , é divertido poder enxergar tudo de um ângulo amplo e extenso ao nosso redor. Simples e complicado, eu e voce :)
                                                                Rafaella Alvez

A volta da sensação


eu me apaixono facilmente por sorrisos,olhares, passos , músicas , fragmentos quase imperceptíveis.Eu amo me apaixonar , é a melhor sensação do MUNDO!E o bom é que ninguém precisa saber a viagem que se passa na sua cabeça.Olha só ,cá estou eu , cheia de devaneios tomando conta da minha mente , algumas fantasias quase saindo pelos ouvidos , e se transformando em balões sobre minha cabeça … amo isso!
                                                             Rafaella Alvez

Voltando ...


Mais uma vez os Beatles, sempre eles , me fazendo bancar a apaixonada.Receber comentários do tipo “o cara tem muita sorte!”, só o que falta dessas pessoas entenderem é que se voce juntar todas as peçinhas, cada fragmento perdido que eu deixo por entre as frestinhas de portas que eu faço questão de deixar abertas por onde eu passo, é que eu sou apaixonada pela vida. Eu acho íncrivel o que se passa pela minha cabeça nessas horas, eu to fugindo de todo o foco do que eu queria escrever a 5 minutos atrás,antes de alguém entrar no meu quarto e me perguntar algo insignificante … E agora meu contexto é outro e o sentimento mudou em relação ao que eu queria passar.Vamos lá,(eu sei poderia ter reeditado e feito melhor,mas prefiro assim). É um furacão, vem a não sei quantos mil quilômetros por hora na minha direção e se choca comigo de uma forma que nos torna apenas um! Foi assim, desde mil novecentos e bolinha, que a minha intensidade com tudo que eu faço é inesplicável,única melhor dizendo. Eu gosto de sentir tudo ao extremo, sou 8 ou 80.”Morno”,”meio-termo”, não sei , essas palavras não costumam se encaixar no meu vocabulário,muito menos nas atitudes.O mundo se torna oco sendo visto por um grande vitrô, se passam as quatro estações com todos os seus direitos,belezas e correções.Eu não sei bem o porque,mas sempre tive esse pego à natureza,vivo poetizando e entrando em túneis sem fim enquanto fantasio minhas estadas em lugares em que contemplo nas minhas lembranças,as fotográfias ajudam-me a recuperar cenas difíceis de recordar,que estão escondidas num cantinho da memória, aliás a minha nunca foi tão boa assim,ao não ser quando se trata de fisionomias,sou ótima com isso,seja talvez porque amo olhares,sorrisos e rostos.Sim rostos,faces! Soa estranho e eu me pego rindo ao ter esse pensamento sem nexo,mas é verdade,.Cada qual com sua personalidade,que transparece em cada ‘carinha’, me fazendo criar histórias para cada uma delas, me permitindo tentar desvendá-las , ou até mesmo de relance, nunca mais as vendo por aí , perdidas por entre tantos outros rostos semelhantes reinventar uma paixão, um estado emocional, um antigo professor do primário quem sabe.O que eu quero dizer é que eu prefiro ver a casa ao ver a paisagem … eu gosto de fazer parte dela, e de longe avistar o vitrô. Pobres de alma as pessoas … Pobres pessoas, que não se aventuram, que não procuram diversidade, pobres de alma estas que acham que a vida se limita ao interior de uma janela grande com uma vista bonita … Seja,viva e contemple o que voce tem de mais grandioso dentro de ti , e leve consigo um pedaçinho do que estão dispostos a te oferecer, mas não se tranque, a mãe natureza mudará a vista da sua janela constantemente e aparentemente apenas 4 vezes ao ano. Você não foi feito pra se esconder ! :)
                                                            Rafaella Alvez

Sábado


tem coisa mais gostosa do que passar o sábado a tarde , só usando um camisetão, deitada no sofá ao som alto dos grandes mestres da musica brasileira; sentir a maior satisfação da sua alma , ao ler um pouco do que a Martha escreveu, e ainda poder ter os mais loucos devaneios a partir de um trailer confuso de um filme com a trilha sonora mais bacana que voce poderia ouvir num sábado ? hahaha qual é !

                                                                     Rafaella Alvez

Platônico


É incontrolável essa minha vontade de você, estar com você, abraçar você, beijar você, e cuidar de você. Porque a soma de nós dois sempre vem dando menos?  Somos bem aventurados que eu até me permito imaginar sermos um casal,e na minha imaginação que não é nada fraca, nós somos tão invejados … Mas vem sendo tudo tão inalcançável, aqueles seus meios sorrisos e olhares marcantes,aquela garra e auto estima, aquele seu jeito pequeno de ser se mostrando sempre presente por ser tão grande dentro de mim.Porque tudo tem que ser tão platônico assim? Poderia ter só um pouquinho de nexo no final de tudo,só pra ter graça.Não custaria nada e faria do mundo mais bonito e colorido … Mas isso é só uma hipótese, seus jeitinho cativante e sorriso bonito ainda vem sendo pra ela :(
                                                               Rafaella Alvez

Firework


Minha visão torpe desacreditava em tudo aquilo,mas hoje eu me dei conta , de que eu me apaixono a todo instante por todo mundo,sou colecionadora de fragmentos e assim vou recolhendo pedaços quase imperceptives das pessoas ao meu redor , muitas vezes insignificantes.Mas assim vou me reinventando, a todo momento.Todos esses retalhos,sim eu gosto de chamar assim,me ajudam a compor o que eu sou hoje.Amanhã ? Eu ja não sei ! É tão incrível essa clareza do vazio que eu tenho dentro de mim, é tão mais puro e bonito do que qualquer romance com um cara babaca que me machuque.É tão eu … É hoje o dia , acorda pra vida guria ! se olha no espelho e veja que só voce pode melhorar o seu dia, se apaixone mais e mais por voce mesma.Essa é a essencia da vida , a paixão !
                                                   Rafaella Alvez 

My smile


Tudo parecia simples . Mas minhas mãos suavam, meu coração começou a bater descompassado. As palavras me guiaram e quando eu percebi , ja estava a falar contigo. Era aquilo, parecia que nos conheciamos a muito tempo e que eramos velhos amigos.Eu acho incrível como o amor por algo em especial pode juntar duas almas e fazê-las partilhar disso , de uma forma extraordinária.De uma intensidade sem limites.Foi impactante e veio na hora certa !
                                                                    Rafaella Alvez 

Urgência


E é sempre assim, eu já não fico mais espantada comigo mesma.Foi intenso,foi até mesmo na primeira impressão,foi paixão!De repente a aquarela fazia sentido , e daquele simples borrado nas aulas de artes, surgiu uma espécie de coração deformado ,que pra mim foi o mais lindo de todos ! Aquele reggae começou a fazer sentido, e todas aquelas fotos ? Os momentos começaram a vir como flashs na minha cabeça , me ameaçando , me implorando , me pedindo misericórdia ! A lua passou a ter gosto de balas de goma. E não precisou de muito não , foi depois de uma conversa ,nada convencional, que despertou o que a muito eu não sentia. Todo o meu conceito dada , começou a ter  menos sentido ainda.Aquele quadro do gatinho lambendo as patas me chamou atenção , eu queria ter fotografado aquilo … Eu queria ter fotografado você ! É analogia eu sei ,mas voce me lembra gatos , mas não se identifica a esses chavecos cafonas, só lembra , aliás , eu nunca fiz questão de que nada tivesse sentido mesmo … Eu gostei do jeito que voce provocou esse furacão de sentimentos dentro de mim ! 
                                                   Rafaella Alvez

Devaneio


Aquele domingo ensolarado depois do almoço,eu sentada num lugar aconchegante, um lugar onde eu posso sentir a brisa leve no meu rosto,fazendo com que eu coloque minha blusa branca novamente.Ao som daquela melodia gostosa do Kenny G,fez a minha alma tão pertubada e vazia,sentir um desvio momentâneo de pensamentos,minha alma parecia confortada,acariciada,por instantes,posso sentir que o vazio da minha mente esta sendo convertido por uma leve ventania,apenas longe,bem longe,onde tudo que eu posso enxergar a olho nu são árvores,uma bela paisagem e um lindo e imenso lago.Quando o sentido vai longe a música muda,ela fica um pouco mais agitada,mas ainda sim naquele ritmo resplandescente.Prestando um pouco mais de atenção,me parecia qe as árvores gostaram daquilo e o vento as acompanhavam na mais gostosa dança,aquela que só podia ser sentida pelos mais observadores possíveis.Com tanta distração escuto um barulho longínquo,parecia um grito abafado,mas sentido com alívio,interrompida no meio de meu grande plano de entendimento,fui convocada a dar uma volta pelas pedras que ali estavam,mas sem muito sucesso voltei a minha linha tênue de pensamentos.Foi onde eu dei conta de que o grito voltava a ecoar ali por perto,fui atrás para certificar o que estaria sendo o motivo de todo aquele alvoroço, com essa missão pouco mais tarde percebo que o som forte era meu coração … tentando saltar de meu peito com todas as forças possíveis,ele queria me dizer que por mais frio e solitário que estivesse não queria ficar vazio,ele queria ir atrás de um novo amor,só coube a mim deixa-lo ou não partir … Coração,vai.Mas toma cuidado,você quem se apaixona e depois a dor é no meu peito.
                                                                            Rafaella Alvez 

Toda errada


O destino daquela noite era continuar sóbria, lendo meu livro deitada na rede da sacada,onde eu podia ver todo o movimento.Todos indo para uma festa no centro da cidade,outros fazendo uma festa de arromba abaixo de mim.Eu queria apenas ficar ali e me sentir como numa cena daqueles filmes melancólicos.Não consegui.Depois de um tempo,olhando para baixo de lá do alto,pensando em como seria se eu me jogasse naquele instante.Penso em tomar alguma coisa,já estava com a boca seca de passar tanto tempo ali.Passo pelo quarto escuro,me deparo com outra pessoa saindo de outro cômodo do grande sobrado e se assustando comigo,tiro o cabelo dos olhos e me desculpo.Desço as escadas rapidamente,com meu livro escapando entre os dedos sem sequer olhar para trás.Alguns dormindo,outros vendo televisão,a maioria bebendo,outros fazendo jogos no meio da sala de jantar,e outros um pouco mais sóbrios conversando sobre o trabalho e como era cuidar da casa.Fico irritada ! Deixo meu querido livro no sofá da sala e coloco a minha máscara de satisfação.Pego um copo com alguma coisa e resolvo beber junto com eles.Jogos ,bebidas,conversas sem muito sentido.Já alegre e bebendo tudo que me ofereciam olho para uma menina e a influencio para se juntar a nós , ela recua, eu não a forço,depois de alguns minutos a vejo lá.Eu influenciando alguém ? mas eu é quem tinha que ser influenciada.E fui , por mim mesma , pela falta de compaixão de todos ali.Ja era de madrugada,eu ja estava cansada e tonta.Outros vômitando,alguns passando mal,outros dando PT,e eu ali me sentindo errada e suja demais por tentar esquecer o lixo amoroso que estava a minha vida.Por tentar fugir da realidade,consegui,por pouco tempo,apenas o tempo que dura o álcool no seu corpo.Mal dormi,ja embriagada deitei com a roupa do corpo num colchão de ar pouco confortável.Meu “sono” durou apenas algumas horas.Acordo e me olho no espelho,me sentindo suja e idiota por me submeter a tal papel,o qual nunca havia feito.Tomo meu banho,a dor de cabeça forte predomina,conhecida como ressaca.Desço com olheiras gigantes,havia café quente na mesa.Bebo,estava forte.Com o passar do tempo o resto do pessoal foi acordando,um pior que o outro e eu ali,sem me mover,sem disponibilizar meu lugar a mesa para ninguém,se passou uma hora e meia e eu ainda tentando me encontrar.Única coisa que me fez sentir um pouco melhor ,sentir que havia encontrado um pequeno pedaço de mim,foi me deparar com o meu livro em cima da geladeira,como ele foi parar lá? Lembro-me de ter posto no sofá na noite anterior!Isso já não importava mais,deixei todas aquelas pessoas por um lado desconhecidas,passando mal e tendo que ir tomar soro no hospital, e mais do que depressa fui para casa.
Pedi alguns analgésicos para a minha mãe,que logo reparou o que estava acontecendo ou melhor tinha acontecido e me deu uma bela bronca por isso.Mas eu me senti bem por aquela bronca,fiquei de certa forma contente.Me senti errada demais,jovem demais.O protótico de garota perfeita havia saído para passear como diriam sábios amigos.A menina havia aprendido sobre virtude.Foi naquela noite,e apenas naquela,que a garota soube o que era ser desvirtuada.
                                                                        Rafaella Alvez

O mais lindo presente


Era um daqueles dias de merda, que você acorda querendo voltar a dormir.Nada tava bom o suficiente.Pra ocupar a cabeça resolvi lavar o quintal.Não sei bem o porque mas sempre acreditei que as águas levam todas as nossas energias negativas e nos deixam de certa forma puros.Nesse dia em especial não adiantou muito.Decidi tomar meu banho,fiquei por um bom tempo pensando lá de baixo daquela água refrescante.Ainda de toalha resolvi checar uns e-mails meus,li um ou outro.Quando ja estava quase pronta para sair me chamaram via messenger.Abri rapidamente,estava com pressa.Era um texto mediano que me deixou com a auto-estima mais baixa ainda.Fiquei irritada e revidei cada palavra.Juro que só não tomei uma decisão mais drastica por pena,talvez.
Sai com uma vontade de esmagar qualquer coisa,de ir lá e acabar logo com tudo.Foram palavras tão duras que definiam uma pessoa da qual eu não era,e me julgavam tão ruim,mas o pior de tudo é que eu nem consigo ser tão má da forma como ele descreveu.
Coloquei o som do meu mp4 no último,parecia mais aqueles clipes clichês sabe ? uma garota triste encostada com a cabeça no vidro ouvindo música.Fiz tudo que tinha que fazer no centro da cidade vizinha,juntamente com a minha mãe,a qual me animou bastante.
Quando estavamos voltando um moço meio desmazelado,alto,negro,um pouco acima do peso,com um carrinho de super mercado cheio de quinquilharias,começou a gritar para que parassemos o carro.Esse momento foi tão rápido e tão devagar ao mesmo tempo.Ele tirou de dentro do carrinho,uma boneca de pano, se via que não era tão nova, estendeu-a pela janela do carro e disse para a minha mãe que logo pegou presente , ouço as palavras dele ecoarem em minha cabeça,era algo como “Olha,isso daqui é pra moça que esta do seu lado,é pra ela,pra ela ficar feliz,é de natal”.
Segurando a boneca,agradeci ao bom homem com lágrimas nos olhos.E então saímos dali.Eu chorei toda a tragetória para a casa.Uma pessoa que aparentemente não tinha nada,teve a satisfação de presentear alguém que estava em condições melhores do que ele.E eu choro agora escrevendo esse desabafo e pedindo a Deus que me perdoe por ser tão egoísta,e por reclamar da vida que eu tenho,enquanto aquela pobre alma,pede de porta em porta algo para comer.Senhor obrigada por enviar um de seus anjos para me mostrar o quão boa é a vida que eu tenho.E eu sei que nada nunca vai substituir o que eu senti aqui dentro,porque esse foi o melhor presente que alguém poderia ganhar,foi o mais puro e o mais lindo e com toda certeza esse realmente foi de coração.
                                                                          Rafaella Alvez 

Is this love


Entro num café , lugar movimentado , gente barulhenta e esquisita.Sento-me ao lado de um grande vitrô, passo um tempo olhando para o cardápio com os olhos vazios,pesso então um cappucino mediano,não passaria muito tempo e nem tão pouco,o bastante para ligar meu laptop e escrever o que se passava pela minha cabeça.Olhando aquelas pessoas me deparo com uma,não me parece ter pouca idade,chuto seus vinte e poucos anos.Ele tomava um café expresso,olhava constantemente para o celular,estava bem vestido , era um estilo despojado,tinha rosto alegre e sorriso bonito,mas olhos tristes e cansados.Paro de olha-lo e resolvo escrever, meus arquivos sempre interminados.Depois de minutos escrevendo sem parar, sinto a minha mesa mexer,o garoto tropeçou sob o cadarço,esbarrou em minha mesa e derrubou seu café sobre minha jaqueta surrada.Levanto furiosa,fecho meu laptop coloco-o em minha bolsa e corro para o banheiro,deixo a porta aberta,sairia dali rápido.O rapaz de repente entra no banheiro com pressa e desesperado logo atrás de mim,ele pede desculpas rapidamente e tenta me ajudar,irritada pego minhas coisas sob a pia e saio,pago minha conta e vou embora.Após dias reapareço no mesmo lugar , sento num dos bancos altos perto do vitrô novamente, vejo alguém de capuz,estava um calor tão grande para um capuz aquela hora do dia.Beirava 16:00 hrs da tarde e o rapaz ainda lá , já fazia algum tempo em que eu escrevia e nada,nenhum movimento brusco.Peço então um café , preto mesmo, para me manter acordada enquanto escrevo.O rapaz se levanta , pega seu celular , vai diretamente ao caixa,paga sua conta,exata como sempre , e vai embora.Passo a frequentar mais vezes na semana aquele lugar,o garoto , nunca mais vi … Passadas semanas , e ainda aquele calor terrível,tempos de seca,sempre a mesma coisa.
Outro dia,acordei muito bem,passei o dia bem,como sempre fim de tarde fui para o café ,não quis me arrumar muito , aliás nunca fui de me preocupar tanto com a aparencia , apenas o suficiente,coloquei um vestido soltinho e um casaco complementando por cima,peguei minha bolsa e fui.Sentei-me no mesmo lugar de sempre,agora ja até conversava com os empregados,me dava bem com a garçonete que me servia,sempre conversavámos,pouco,mas era o suficiente.Neste dia ela veio com um papo dizendo que o rapaz que havia me observado numa das primeiras vezes que estive ali,estava por lá, na parte de fora , perto do jardim.Não me recordei do garoto,peguei minhas coisas e resolvi passar pela parte de fora,parecia uma cigana mudando de lugar,sentei-me então numa mesinha branca com cadeiras do mesmo material combinando,era ao lado de umas flores lindas,com um cheiro encantador.Meu dia estava diferente e quis assim continuar,pedi um suco de laranja ao invés de qualquer derivado do café.Liguei meu laptop,ainda haviam toneladas de arquivos para acabar,peguei um deles com uma data não tão antiga,me lembro de ter parado de escrever no incidente com o menino,e bem no finalzinho como se não bastasse , todas as letras do meu teclado haviam sido embaralhadas por meio ao texto,o que me fez desistir de continuar.Criando coragem para começar a ler o que se passava,então sinto uma mão sob meu ombro,viro-me depressa ,era ele.Fecho um pouco os olhos por culpa do sol,e digo olá com uma voz convincente.Ele pergunta se pode se sentar,diz que precisa me pedir desculpas devidamente.Deixo-o a vontade,pergunto-lhe seu nome,era diferente porém bonito.O rapaz então começa a se desculpar,meio sem paciencia digo a ele para que não se preocupe,acidentes acontecem.Horas se passaram,não havia me dado conta do quanto conversamos,até que nos entendemos bem,ja eram quase 21:00 hrs eu peguei minhas coisas rapidamente e disse que precisava ir,ele então me perguntou como me chamaria quando me visse outra vez , tão distráida nem me aprensentei,disse com uma voz doce : - Prazer meu nome é Anabelle.Fui para casa,levei uma bela bronca por ter chego tão tarde,mas a conversa estava tão boa que não pude evitar.Alguns dias depois volto ao lugar em que conversamos,lá estava ele com o seu sorriso bonito a mostra,não sabia se ia comprimenta-lo,desta vez levei um de meus livros favoritos para ler enquanto observava o movimento,dei com a mão e me sentei em sua direção,perto das flores,aquele dia estava estranho,nublado e abafado demais,até pensei que a seca acabaria por ali.Fiz meu pedido,alternava meus olhares , por um tempo no meu livro e por um tempo para Kaleb,ele devolvia os olhares ,até que não se conteve e veio até mim,se dizia timído,mas que precisava saber o nome do meu livro,dizia que eu o devorava com os olhos.Naquela tarde foi plantada entre nós a semente da paixão,soube um pouco mais sobre ele,e ele sobre mim … coisas que eu nunca diria a um ‘estranho’.Seu passado era triste e cheio de amargura,o meu era perfeito demais.
Sempre fui a menininha perfeita dos meus pais,não desobedecia-os , não dizia palavrões,não revidava qualquer bronca.Ele era do tipo que se fazia de difícil,mostrava ser durão,mas com um pouco mais de conversa cedia e mostrava quem realmente era.Afinal quais pessoas que leêm Nicholas Sparks são tão frias assim ? - Kaleb começou a fazer parte da minha vida,nos encontravámos quase todos os dias ali no café.Até que ele quis mudar as coisas , disse que queria ir comigo para algum lugar diferente e que se houvesse confiança sobre ele , me levaria para conhecer o seu lugar mais intimo.Ali mesmo naquela cidadezinha do interior,podia ter um lugar tão lindo.Com um pouco de receio subo na sua moto,aperto-o pela cintura,mostro minha insegurança.Chegamos a um lugar,desconhecido por mim e muito bem aventurado por ele,fazia questão de me mostrar a beleza dali,era tão lindo que até faziam arder os olhos.Umas pedras gigantes e um lago imenso,lá não tinha ninguém,a vista era linda , estonteante , um calor terrível,um sol vermelhinho.Meus pais jamais desconfiariam de que eu estava ali,e muito menos junto de Kaleb,queria aproveitar,sair daquele circulo vicioso deles,de não poder fazer nada.Deixo meu livro sob o chão,perto de uma árvore onde deixamos a moto,ele tira a camisa  e faz uma aposta comigo,tiro meu casaco e vou com ele , de mãos dadas pulamos naquela água fria.Esqueço por horas das consequencias , me liberto naquelas águas,tiraram toda a impureza e insegurança que havia sobre mim,pareciam milagrosas,nos divertimos muito aquela tarde.Saio da água.Agora molhada e com frio sento-me perto das grandes raízes daquela enorme árvore,logo após Kaleb também se cansa e senta-se ao meu lado.Eu estava gelada ,e o vento me deixava arrepiada,foi quando ele ofereceu sua camiseta pra eu me sentir um pouco mais aquecida.Aceito acanhada.Não restava mais palavras eu não sabia sobre o que conversar , foi quando ele encostou sua mão na minha,disse que estava feliz por eu ter conhecido seu ‘esconderijo’.Chegou um pouco mais perto,dessa vez cochichava ao pé do meu ouvido,dizia que podia ficar melhor,eu fiz uma cara desconfiada e um beijo então ele me deu,foi um beijo bom,foi devagar, com carinho e atenção,por mais frio que ele estava ,seus lábios eram quentes e mácios.Dei um sorriso envergonhado,então Kaleb pegou meu livro e leu uma de suas citações,seus olhos não pareciam tão tristes quanto o dia do acidente no café.Quebrei o silêncio,perguntei a ele o que acontecia naquele dia.Ele hesitou em me contar,mas depois abriu o jogo.Disse que aquele não era um dos seus melhores dias,havia perdido algo importante e esperava algo que não vinha,então levantou meio distraido e furioso e acabou manchando minha roupa.Ele não entrou em detalhes e como não disse,não quis me intrometer.Ficamos lá até cair a noite,quando ele me levou até em casa.
Passaram-se dois meses e meio , entre ficadas e tudo mais,estava feliz ao seu lado,nos viamos algumas vezes na semana,ele trabalhava e o meu estudo me impedia também.Quando estavamos juntos parecia cessar toda a saudade dos outros dias,me fazia bem.Nada de rótulos,nada de garantias,apenas um dia de cada vez.Kaleb passou a ser importante na minha vida.Cada mensagem,cada depoimento,cada telefonema,ele sempre me surpreendia,por mais que eu não gostasse muito de surpresas ele o fazia.Foi um verão incrível,depois de algum tempo nosso namoro ficou firme,ele me respeitava tanto,aceitava tanto os meus limites,era tudo tão perfeito,minha vida junto a dele parecia fazer sentido,meus pais o adoravam.Depois de alguns anos de namoro,naquele mesmo café, um dia o meu amor me surpreendeu,veio com uma caixinha pequenina,fez aquele belissímo pedido e então,naquela tarde fria,ficamos noivos.Nos casamos meses depois,e agora depois de 11 meses sendo esposa dessa pessoa maravilhosa,estou aqui filha escrevendo,para poder mostrar isso a você algum dia,por que se for para acontecer,vai acontecer seja em um café,ou em qualquer outro lugar,o seu amor vai aparecer da forma mais surpreendente possível.E então sua vida,vai parecer ter sentido.Nós ja te amamos muito e te esperamos para essa jornada imprecionante. Ass : mamãe !
                                                                       Rafaella Alvez 

Sem poesia


Como se uma música um pouco mais lenta e um lugar mais calmo fosse me ajudar a continuar escrevendo,quem me conhece sabe que não é vocação e nem opção,sabe que eu escrevo numa forma de refúgio,do mundo, de tudo e de todos,e na maioria das vezes até de mim mesma, o que agrava tudo.Nunca soube quando isso começou , digo escrever, e nem de onde vinha a inspiração,a  idéia nunca foi dizer que sou ‘escritora’, isso me soa um tanto quanto repulsivo da minha parte.Uma página borrada não pode ser tida como desenho, e algumas palavras jogadas num papel na forma de mais um dos meus textos sujos também não podem me tornar uma escritora.
Sinto a necessidade de escrever e libertar algo que esta me aprisionando dentro de mim e que me força a acreditar que não há sobre o que falar.Me deparei perdida dentro de um lugar do qual não  imagino onde seja,é escuro e um tanto quanto assustador, existe apenas um caderno de folhas brancas e um pequeno lápis jogados perto de mim.Só que a situação esta tão difícil que nem escrever eu não consigo, parece que o lápis não se adapta a minha mão.Mas o que me deixa mais aflita é a sensação de não ter a capacidade de sequer escrever uma história descente,tal como um universo paralelo para me tirar de lá.Do obscuro.Antigamente costumava escrever sobre qualquer coisa,todas as minhas emoções eram passadas pra algum lugar de alguma forma,hoje acredito ter perdido talvez a manha , e chego sempre na mesma conclusão infeliz, perdi o que eu mais gostava em mim, o talento em conseguir passar pro papel qualquer pequeno pensamento e transformar isso numa coisa bonita.Leio todos os meus textos antigos na tentativa falha de encontrar algum fragmento perdido,e nada.Em todo momento eu fico em busca do que me fazia sentir naquele tempo.Tento constantemente voltar naquelas épocas onde tudo ainda fazia sentido.Procuro em rostos desconhecidos,vozes diferentes, até mesmo na natureza e nem mesmo as mais bonitas paisagens me fazem escrever algo bom o suficiente,como costumava ser antes.Era ter o material necessário na mão e ali já surgiam todos os meus rabiscos tolos, meus esboços, que eu aprimoraria depois que terminasse.Realmente sinto falta daquilo … Aquilo , era eu.
                                                                             Rafaella Alvez