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domingo, 23 de dezembro de 2012

Leveza


Era um dia comum, mas solitário. Eu estava de robe sentada na varanda, com meu cigarro e uma taça de vinho me fazendo companhia. Tinha música ambiente e luz de velas. O céu estava memorável. Eu me sentia bem olhando a cidade do alto.
Toca a campainha. Eu não esperava visitas. Abri a porta, me deparei com ele materealizado na minha frente, sem nada dizer com apenas um gesto o mandei entrar. Solidão a dois não seria tão ruim. O deixei a vontade, abri um pouco mais as janelas, ofereci um dos meus cigarros e peguei um cinzeiro só pra ele. Sem cerimônias, foi entrando, tirou os sapatos e as meias, deixando a mostra seus pés branquinhos. Me olhou de forma levemente maldosa debruçada no suporte do espaço aberto. Foi a cozinha e pegou minha garrafa de vinho. Sentou-se comigo, sentindo aquela brisa amena que só aparece nos outonos. Apagou todas as velas do meu apartamento, exceto a de cima do móvel mais alto. Sem conversas até agora. Ele estava mais despreocupado que eu, dava goladas direto da garrafa. Entre tragos e bebericadas veio me abraçar, dessa vez forte! O deixei a vontade e me beijou, sentia-se mais a vontade e confiante, deixou meu ombro a mostra. Fui para sala de estar e coloquei minha taça já vazia sobre a mesinha de centro. Sem pressa ele veio até mim, já embriagado, bateu no móvel fazendo minha taça mais querida, cair e se quebrar. Já não bastava meu coração? Me beijava forte, apertado, com vontade incessante. O deixei a vontade e por outra noite a fora desejou me amar. E por deixá-lo tão a vontade, apaguei a última vela, abri a porta e o deixei na vontade! 
                                                         
                                                               Rafaella Alvez

Ps: Pretendo voltar aqui só depois que essa época de festas passar. Tenham um ótimo natal e um próspero ano novo. Boas festas pessoal. Beijos!

domingo, 16 de dezembro de 2012

16 de Dezembro


Os invernos eram sempre mais frios sem a presença dele. Na forma menos madura possível eu me encolhi nos braços da minha mãe e chorei, chorei sem som, sem soluços, chorei solto, chorei em silêncio como vinha fazendo há tempos. E passadas várias vezes suas mãos em minha cabeça e braços, me acariciando da maneira mais maternal possível, dizia suas sábias palavras.
É que quando a dor preenche o vazio do seu peito, vem impactando qualquer estrutura ou barreira que você tenha erguido. Ela vem com força, vem faminta, vem gritante e desenfreada, vem sem medo. Eu chorava a minha solidão, chorava sem pressa, sem culpa, sem esforço ... infelizmente sem nenhum esforço aparente. Talvez seja por que mesmo com o passar de todos esses anos, eu ainda tenha as nossas fotos, escondidas até de mim, mas tenho, ainda sei a data do seu aniversário e de como você preferia as roupas. Hoje não foi um bom dia. Por que aquela musk combinava tanto com o óculos, e te deixava ainda mais charmoso ? Odeio esse efeito que você ainda tem sobre mim. Odeio a forma como você me afeta, só por me encontrar na rua. Odeio me desmontar toda depois, mas me mostrar firme, forte e confiante na sua frente, nunca deixando a postura de lado. Por que cá entre nós, eu tinha que te mostrar o quanto eu estava bem e sorridente sem você na minha vida, tu tinha que enxergar o que perdeu. Mesmo ainda sendo, aquele sorriso não era mais seu, nem aquele riso frouxo e forçado não era mais pertencente a você. Era arrasadora a forma que eu me encontrava, um estado pecaminoso e digno de pena. Eu confesso, sem medo, sem escrúpulos  sem pena própria também. Odeio me tratar no pejorativo nessas horas. De alguma forma, com qualquer motivo barato, eu preferia ainda sofrer por você, do que me apegar por outro alguém e depois ter que sofrer duas dores, eu vejo nexo nisso. Você era o único cafajeste que ainda me fazia sentir qualquer sensação, mesmo as piores delas. Então nada mais justo das minhas dores serem todas pertencentes só á você. 
Vamos lá garota, agora limpa essas lágrimas, bota um sorriso no rosto. Guarda ele e o seu sofrimento na caixinha de baixo da cama, junto com todos aqueles outros monstros que ainda te atormentam, levanta e vai viver. 

                                                                   Rafaella Alvez

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Mais uma da série impulsiva

Hoje esse texto vai ser para você. Olha que novidade. Nesse dia eu sorri de uma maneira diferente, eu queria poder agarrar o mundo com um abraço. A minha vontade era poder roubar os problemas de todas as pessoas conhecidas e desconhecidas, e cuidar deles, só pra ter o prazer de ver um sorriso no rosto de cada uma delas ... Odeio minha intensidade com tudo! Lenine, Cazuza, Cassia Éller e Zeca Baleiro, vem me inspirando nessa tarde quente. Eu implorava chuva, mas nenhuma gota parecia cair do céu. Entrei no chuveiro e fiquei lá um bom tempo, pensando em mim, depois em você e aí surgiu a brilhante idéia de pensar em nós ... Maldita hora. Até comecei a cantarolar Jota Quest, e me peguei com o sorriso mais ridículo do universo por isso. Parecia que a minha visão já não estava tão torpe. Eu só via você. Ultimamente os mínimos detalhes me fazem recordar você. E eu já não sei se posso mais julgar, sabendo se isso é bom ou ruim. É que a vida real é tão diferente dos filmes. Normalmente eu fujo,eu corro, eu sumo. Mas dessa vez eu quis ficar e arriscar, quis pagar pra ver, mesmo que custasse todos aqueles tapas marcados na cara depois. Eu não consigo sentir paz tão imensa quanto essa que sinto agora. Foi como eu pedi e a chuva me pegou desprevenida no meio da cidade, e eu quis dançar chutando a água da poça, e tirar qualquer um para sentir o mesmo. Arrisquei sozinha e assim, fui cantarolando a fazendo meus próprios passos descompassados e sem ordem correta, me sentindo a melhor e mais feliz pessoa do mundo. Desejando que a lágrima que escorria por meu rosto se misturasse com a da chuva e fosse parar no chão, correndo pela sarjeta e me libertando de toda e qualquer corrente que me prendesse a algo errado ou sujo demais. Aquele sorriso maroto que surgia na mesma hora me lembrou o quanto a minha liberdade é valiosa. Faz parte de mim ser impulsiva demais, jogar tudo pro alto e correr atrás do que eu quero! Tem a ver com Carpe Diem,bom se trata de uma frase do latim, com significado de aproveitar o momento. Ontem já foi, amanhã não se sabe, eu vivo o hoje, o agora. Da forma que eu julgo ser mais correta e proveitosa para mim. Não sou de meio termos, comigo é tudo ou nada, o talvez é só mais uma forma de prolongar um não bem grande, que virá com um pouco de atraso, e vai magoar um pouquinho aqui dentro. Hoje eu queria falar de você, mas falei de mim ... não tem explicação melhor do que dizer que você faz parte de mim. 

                                                                       Rafaella Alvez

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Saudade desenfreada

Hoje me deu saudade.E foi a sua imagem que se formou na minha cabeça,foi a primeira lembrança.Eu queria poder te materealizar aqui comigo.Lembra daquela noite que eu te deixei dormir só depois que o sol nasceu?! É o seu jeito de tocar o violão,dedilhá-lo com todo o cuidado,e jogar o cabelo toda vez que erra alguma nota, me lembro ainda de você corando quando eu te admirava sorrindo, eu achava muito lindo o seu jeito envergonhado me pedindo para parar...Era impossível e você sabia disso! Eu deveria ter uma máquina do tempo, para poder voltar e reviver cada minuto daquelas férias bem aproveitadas que tivemos. A sua maneira do capital inicial jamais será a mesma canção, toda vez que a ouço me vem a sua voz tímida e rouca na cabeça. Era você de shorts sentado na beira da minha cama pela manhã, me acordando com os acordes mais lindos que fazia no improviso, com aquele hálito doce chamando meu nome, e eu debaixo do cobertor te gritando para que saísse dali com aquele barulho que eu queria dormir,quanta indelicadeza da minha parte! E mesmo assim tu insistia e acabava tirando um sorriso meu logo cedo, eu não aguento o efeito que você deixou em mim. Que droga de quilometragem,que merda de tempo! Eu pensava logo depois de nos separarmos. Mas não durou uma semana ... e nem duas e nem chegou a terceira, eu estava agora no seu mundo. Droga de quilometragem eu grito novamente!Agora já fazem meses que eu nao sei o que é ouvir a sua voz rouca ou as reclamações de quando eu negava jogar video game contigo. Mas nem com todo o tempo, a sua fisionomia eu não esqueço, eu não me permitiria tal capricho. Achei uns arquivos com nome esquisito no computador e resolvi abrir, eram nossas fotos,tem várias delas aqui,pequenos, dormindo, de madrugada, acordando,fotos de festas e aquelas depois do café que você nunca me deixou postar em lugar nenhum, nenhuma delas aliás,disse sempre que eram boas lembranças que só pertenciam a nós ... e eu concordo com tudo. Concordo com o seu raro mal humor, concordo com as piadas sem sentido e que me faziam rir, com as cocégas fora de hora e os beliscões gritando louca e desesperadamente BACON! Concordei também quando tu me disse que tava apaixonado, e fiz um acordo e acabei concordando com o meu coração que voce tivesse um grande espaço reservado aqui dentro, eternamente. Hey garoto eu to com você pro que der e vier.

                                                             Rafaella Alvez

sábado, 8 de dezembro de 2012

Vez ou outra


Eu odeio ser assim, eu cedo demais. É um lugar no ônibus, o banco da frente no carro, a última bala do meu pacote. E mais uma vez para fechar com chave de ouro, cedi para você meu coração. Primeiro cedi o sorriso, depois umas palavras fiadas, mais tarde já deixei a porta aberta, foi isso que aconteceu, eu cedi abrigo e você entrou e se apossou do meu pobre coração. Pobre de amor, talvez eu devesse dizer.
Fui num café hoje, você tem jeito de quem frequenta cafés... te imaginei ali,confesso. Minha mente é tão vulnerável a você. Eu realmente criei a expectativa de que você entraria por aquela porta a qualquer momento, de fato não aconteceu, mas eu me confortei só de te imaginar na mesa ao lado, trocando olhares comigo, e depois vindo até mim com seu jeito cativante de ser. Queria entender o porque de quando eu olho um rosto na rua, eu desejo fortemente e de dedos cruzados que seja o seu.
Amo essa gente que tem leveza. Leveza no toque, no olhar, no sorriso.Aquele que de tão leve te leva flutuando junto e você mal percebe. 
O sol estava se pondo por trás de uma plantação de girassol, mais vermelho do que nunca, mais ardente e fervoroso do que aquele som alto que estava quase estourando as caixas de som do carro. O céu estava numa mistura, era um mesclado das suas quatro cores principais. A estrada me liberta, me instiga, me renova, e me transforma de uma forma tão íncrivel dentro de mim. O vento no meu rosto tem tanto sentido. As nuvens quebravam como ondas, no meu horizonte imaginário.
Eu tive o desejo repentino de ser sua namorada, a primeira e a última. Aquela que te mostraria o que é gostar de verdade, o quão bom é sentir que alguém realmente gosta da gente, que cuidaria de você, queria te apresentar meu mundo, com a intenção de você ficar. Já faria parte do seu também. Teria piadinhas com o seu pai, e falaria sobre suas manias e costumes com a sua mãe enquanto ela me mostra seu álbum de fotografia antigo, eu e seus irmãos nos uniriamos contra você no video-game, e soltaríamos as cachorras dentro do seu quarto só pra te irritar, por que aliás, você fica lindo quando franzi o nariz demonstrando o nervoso ( bom, eu gosto de te imaginar assim). Mas por enquanto, a gente vai guardando, vai escondendo, mascarando as expectativas, para você não ver o quão desenfreada é a minha paixão. Por que mesmo sonhando, eu tive que por os pés no chão e caminhar rumo a realidade outra vez.

                                                                        Rafaella Alvez

Ps: Perdoem a falta de criatividade ultimamente. Só ando postando esses, para não abandonar aqui, beijos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Maldição abençoada

Minha constante mutação esta fora de controle nos últimos dias. Pra me encontrar eu tive que me perder, para o meu próprio benefício. Me enchi de coragem, ergui a cabeça e fui. Nesse período, fui enchendo-me de dúvidas, algumas bem cruéis. Porque não a sobremesa primeiro? Quem inventou que terror acompanhado é melhor? E porque as piores cantadas tem que ser as dos pedreiros? Poderiam ser dentistas, padeiros, taxistas. Eu segui no alto daquela montanha para ver se os ventos, leste, oeste, norte e sul se cruzavam e se eram diferentes... acho que se fizeram um só e se converteram numa brisa leve que acariciava meu rosto, e levava consigo os meus pensamentos perturbados. Estou preocupada, minhas mãos tremem a cada dia mais. É que de verdade, eu não to gostando de todos querendo me rotular por aí, e dizer o quanto eles me entendem, se nem eu sei fazer isso. Não me contento em saber que o vazio consome meu corpo e minha mente, é tudo tão neutro e passageiro. É um sorriso do outro lado da calçada, e um tropicão ali na frente. Stephen King fez as honras e não me deixou andar no corredor escuro por mais um dia, mas meus pensamentos conseguiam ser fortemente melhores que as histórias dele. Tinha a ver com um anjo lindo, com barba cerrada e olhar marcante, não esquecendo do sorriso. Ele atormentava meus pensamentos. Droga! E se eu tivesse controle absoluto do vazio preenchido no meu peito? Se era vazio, então tinha algo? São questões desse tipo que me tiram o sono. É urgente outra vez, jogar as palavras desajeitadas no meu bloco de notas e não saber como fazê-las parecerem melhores. Quando pequena perdi a peça do meu quebra-cabeça, e descobri que hoje a peça que falta sou eu, em meio a todo o jogo. Porque na música ele grita que precisa de alguém? É sempre necessário andar acompanhado? Por enquanto eu tô bem sozinha. Odeio como o limão em contato com a pele no sol mancha, odeio porque ele é azedo e os outros fazem questão de dizer o quanto fica bom com sal e álcool.Deve manchar por dentro também, digo rogando uma praga. Eu gosto do preto e branco, mas admito que tem coisas que não devem se incluir a regra, o colorido dos lábios rosados dele por exemplo. Anjo maldito! Por que és tão belo? Por dentro e por fora. Por que me fascina? Por que esta impregnado na minha mente, como uma droga duradoura? Eu aprecio muito mais o vazio à você, que fique sabendo desde já. Era anjo, por que eu via e não tocava,eu falava mas não sentia. Era anjo por que no meio do meu mundo perturbado ele me ergueu e me levou com ele.
                                                                           Rafaella Alvez

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Sensação tênue

Acho que posso sofrer de um distúrbio chamado de sinestesia , é que por culpa dele eu posso chegar a sentir o gosto das cores e das notas musicais ... E sim eu te culpo por isso. Eu nem te conheço, apesar de conhecer bem melhor que pessoas que convivo. É que a sua ortografia é correta demais, e o seu senso de humor nas nossas conversas é indispensável. Eu me sentia anestesiada, era a confusão entre dois pólos. Era o furacão de sentimentos que quase me matava por dentro e vetava minha voz. Passageiramente quis ter a escrita tão dedicada, pontuada e bem feita da garota do all star que eu vinha acompanhando, só para que você se agradasse. Mas meus textos ultimamente vêm sendo tão urgentes e desesperadores. Vênus e Marte sempre foi um clichê entre todos os amores e desamores, algo como os opostos se atraem, me atrevo a dizer. Terra! Eu gritei enquanto dançava no quarto aquela música dos Killers. Nós somos da Terra. Não desejo nos colocar como pontos distantes,por que esta sendo agradável ter a sua "presença" tão "perto" (é complicado entender as aspas,eu sei) mesmo estando tão distante. Era algo sobre ser absurdamente eu mesma por trás de uma tela,usando uma só foto. É engraçado como as pessoas se apaixonam por corpos vazios por aí né? (Desculpa ainda ser á moda antiga,mas prefiro assim!) A liberdade é um estado de espírito, e hoje me liberto de tudo aquilo que não ta acrescentando na minha vida. Eu tenho certa clareza por escrever tão descompassadamente pensando em você. Ultimamente eles vêm sendo sobre tanta coisa, que não me permiti pensar num sorriso, mesmo nunca o tendo visto(até hoje).Odeio você de costas para mim! Eu estava ocupada demais, me inteirando de tudo. Não me permitindo nada além disso. Deu um relâmpago forte e um estalo veio da cozinha. E eu entendi o porque daquele tornado de pensamentos presos na minha cabeça.Não tinha muito sentido, aliás eu nunca fiz tanta questão disso mesmo. Mas eu sempre gostei de conversar, sobre tudo que eu tenho vontade com você, e me permitindo dizer tudo que eu queria, e te deixando livre para o mesmo. Tudo tão claro. Não faz meu estilo, mas por um momento fez, conversar com alguém sem rosto. Foi simples e objetivo, compatível e reluzente, foi você me desafiando.Talvez eu tenha me apaixonado,talvez! 

                                                                        Rafaella Alvez

sábado, 1 de dezembro de 2012

Multifaces e aleatoridades


Eu roubo palavras, gestos, olhares, risos, e vozes. E tudo que eu queira de alguém. Roubo porque não peço permissão, apenas carrego comigo, por vezes até a força, fragmentos quase imperceptíveis de pessoas conhecidas ou não.
Existe tanto tipo de fusão...todas com seus trejeitos, espécie, e características de acordo com quem as une. Dono de um sotaque único e incopiável, de gênero forte e marcante, seu cheiro impregnava o lugar e me trazia lembranças das quais me fazia bem recordar. É engraçado como o cheiro trás a tona capítulos da nossa vida cobertos de poeira. Em meio a multidão, sempre tem alguém que se sobresai aos meus olhos. Sou nômade e sobrevivo assim, não me contento com pouco, apesar de recolher um pouco de cada um comigo, as roubo e elas nem sequer percebem, temo estarem ocupadas demais com suas vidas turbulentas.
Não volto para os lugares que eu saio. É querer sempre mais, não a distância, mas é fome do mundo, de pessoas. A cada lugar que apareço, com rostos desconhecidos me refaz e refaz e assim sucessivamente. Eu preciso do novo, isso de alguma forma me fortalece, é uma atração muito forte. É uma única direção: MAIS! Sempre somando e aumentando tudo que posso dentro de mim, me permitindo todas as aventuras que eu queira.
Eu de verdade o entendo como ninguém é capaz. Aquele loiro marrento, isso me fascina, o desconhecido talvez, ou como as palavras dele nunca se dirigiram a mim, mas eu sei, o quanto ele pode ser doce quando quer! Mas é mau educado demais, despreocupado demais, desenteressado demais, tudo demais.Mas pesando na balança tudo dá menos, pelo menos no meu ponto de vista. Mas o que me satisfaz é esse gostinho (não sei se pode ser chamado de prazer) de compreender e tentar entender alguém só por deduções e observações ao longe. Agora ao som de Bon Jovi, o carinha do colegial vem me observar, mesmo que por segundos enquanto escrevo.
A minha escrita de certa forma intriga as pessoas. é a forma como as palavras deslizam facilmente por meus dedos, ou escorrem da minha boca com tom natural e firme, apesar daquela garota insistir em dizer que uso disso com ar superior. Julga meu jogo, julga meu jeito, mas no final de tudo, a julga por não conseguir ser igual a mim. Nickname Cigana, se locomovendo conforme o vento, levando e trazendo consigo novas faces e palavras carregadas de fervor. Os céus clamam para que eu aceite a vida como ela é, mas eu sou mais, eu quero mais, eu sou por mais. 
Nada sucinto até agora. 
                                                           Rafaella Alvez

Fusão


"Eu era um guepardo,um guepardo humano!"
Eu nunca fui muito comum,e sendo assim meus sonhos também não podiam ser considerados normais.Eu amo sonhar.Eu acredito que a nossa alma se solta do corpo como uma ligação cósmica e os astros se alinham ao nosso favor,conforne o que queremos.Pode ser considerado apologia enganosa,ou incomprável, realmente não é possível comprar essa sensação,de quando se esta no sonho.Cada toque é único,sentir com firmeza cada passo dado, que não acontece na hora em que esta acordado. Minh'alma havia se desgrudado do corpo que a pertence,por alguns minutos, os quais duraram dias fora. Passeei, fiz meu mundo e coloquei pessoas e coisas que me faziam bem lá. Era tudo claro demais, com muita nitidez e perfeição. Comigo foram outras pessoas, ou melhor dizendo suas almas. E meu castelo estava então completo, agora por só si só, sem ajuda da minha imaginação, aconteceram os mais loucos devaneios.Eu era um guepardo,um guepardo humano. Acho que toda a fera de dentro de mim,foi transferida para o universo paralelo que eu criei. Tinha forma humana, a minha forma, com mais determinação e força aparente. Tinha cautela, e dominava a tribo. Dominava o leãozinho também. Eu fiz do sonho, tudo aquilo que o meu interior tem vontade, mas toda a ética e moral que o professor de filosofia pregava na sala de aula, me impedia de fazer enquanto estou acordada. Abri meu olhos naquela manhã gloriosa e com olhar felino, vivi a vida como deve ser vivida!

                                                                                                Rafaella Alvez

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Até a morte


É que eu sou intensa demais, sou 8 ou 80, tudo ou nada, quero ou não quero.Amo ser assim, porém entro em contradição comigo mesma enquanto tento retratar minha personalidade. Sinto um pouco de medo.
Intensidade demais faz mal? Será que tem prescrição médica? Caso hajam sintomas leia a bula! Se há bula há remédio? Estou confusa! Mas quero me encontrar!
Desde quando rir demais é errado? Rir até doer a barriga chega a ser até um prazer; lazer; viver e qualquer coisa positiva que rime com er. E chorar comendo toda aquela panela de brigadeiro, vendo aquele romance brega no sábado a noite. Eu não vejo nada de errado nisso. Ao não ser quando começa a ser um problema.
Mas é tudo tão nítido, tão forte, não existem fronteiras nem limites (e não é propaganda enganosa da tim). É pré-histórico mas é verdade. Lembra de quando a flor nascia,crescia e morria para presentear outra? Isso é intensidade! Assim como eu considero intenso escrever esse texto fajuto a essa hora da noite, sem regras ou concordancias nas palavras, quem sabe o meu professor de literatura se mate ao ser ler isso, mas é assim que eu sou.
É foda sofrer disso, eu nem sei se tem nome esse sentimento. Começa a formigar as mãos, é uma coceirinha familiar e quando você percebe é tão automático que já fez.
É o grito quando seu time faz gol, o suspiro com o beijo do casal naquela novela cafona das 21:00hrs, o "UUUUL" quando o garoto quase se mata caindo do skate na sua frente. É tudo tão inevitável. Tudo tão único.
Por que eu sou obrigada a todas as manhãs aqueles girassois no terreno baldio, com o sol nascendo átras,dando aquele brilho e quase dizendo por si só, que aquele dia será bom. Eu fico tão encantada com aquela vista todas as manhãs, que nos dias chuvosos até me decepciono. 
Ser intenso é ser fraco? Hoje se alguém abrir minha cabeça só encontrará pontos de interrogação, tá tão difícil.
É complicado ser assim, por que ao mesmo tempo que é bom, é ruim. Se te faz muito alegre é impossível dormir de tão feliz, por outro lado se te faz mal, você não adormece por ficar pensando abobrinha e quem sabe chorando.
Alguém aí ja sofreu de intensidade? Conhece alguém que já morreu disso? Se sim, por favor não me conte. Isso faria muito mal a minha saúde mental, e aos parafusos soltos que passeiam na minha cabeça, as vezes sai algo com sentido, eu juro!
Por hora é isso, farei mais pesquisas à respeito e vou procurar alguns doutores, sim, aqueles bonitos e sarados, para ver se me prescrevem uma tarja preta, calmante ou um psiquiatra.
Um beijo pra quem ainda não ficou louco e conseguiu ler até o final.

                                                                       Rafaella Alvez

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Diga sim

O reencontro é ainda melhor.Muitos pedem doses de desapego,porém o mundo não se deu conta ainda de que nós precisamos mesmo são dos apegados.Para de por uma armadura meu filho e vai viver,chega de caô e para de bancar o otário querendo agradar todo mundo.O meu rádio ta sintonizado em qualquer estação e as músicas são tão antigas.Essa sensação é tão boa.A minha pele se arrepia de uma forma indiscritivel quando a Whitney grita na música "stay in my arms if you dare". A saudade da 6ª serie é inevitável, era tudo tão mais tranquilo naquela época,tempos de descobertas e mudanças.Nada foi em vão, e aquele sorriso idiota quando toca uma música ruim é de satisfação, por lembrar que eu ouvia isso com as minhas amigas naquela época e adorava.Coisas que hoje eu não suporto nem olhar, eu achava graça naquele tempo.O que passou,passou.Hoje em dia tudo é tão mais desvalorizado,as pessoas sofrem e pedem por desapego,mesmo no fundo querendo um pouquinho de afeto de qualquer fonte que possam beber.É tanta gente com pressa, ocupada com o trabalho,arquitetando planos para as festas de fim de ano, que esquecem que é aqui e agora que tudo funciona.Dois minutos se passaram e o que voce tem a dizer do seu passado ? - Eu tava planejando! Diria o idiota da mesa ao lado, procurando a caneta que estava atrás da orelha.Me enchendo o saco os pregos do trabalho me pedem pra mudar a estação.E por falar em estação, aquele ônibus tava demorando demais para chegar,e a chuva apertava e molhava justo o meu sapatinho de camurça novo,que droga, a minha pasta não resolvia muita coisa,mas ja evitava de escorrer aquele pouco de maquiagem que resolvi passar hoje.O cavalheiro ao lado tinha um guarda-chuva e logo já se aproximou e ofereceu cobertura para mim,por sorte meu transporte havia chego.Agradeci aos céus por isso.Ta vendo como a pressa atrapalha tudo?!Derrubei minha pasta e todos os documentos do trabalho cairam numa poça.Mas o dia estava a meu favor com paciência peguei tudo que havia caído e fui embora.Dessa vez ensopada ao lado de uma senhora,com jeitinho de vovó mesmo sabe? Eu já tinha perdido muita coisa naquele meio tempo e estava molhada,então o azar não poderia ser maior.Resolvi não descer em nenhuma das paradas,fiquei e observei todos os tipos de pessoas daquele ônibus,uma por uma. Tudo diferente,cultura,costumes,etnias,roupas. Porém tinham muita coisa em comum, a maioria dali(pude contar nos dedos de uma só mãos as que não se incluiam),mas quase todas tinham olhares vazios. Me mantive todo o trajeto quieta,e agora resfriada.Quis me esconder do motorista quando ele gritou que a próxima era a parada final e olhou para mim,com olhar de reprovação. Até fingir ter pego no sono e não funcionou,ele me enxotou dali e fui andando pra casa. Esbarrei com um cara da faculdade que me cedeu sua blusa quente e em troca dei-lhe meu coração mais quente ainda. Nada mais bem feito que uma barba mal feita diria Tati ... chega de desapego eu gritei quando a chuva voltou a cair e embalou nosso beijo. Caminhar com alguém ao nosso lado não só causa menos problemas, como ajuda a solucionar os poucos que ainda nos assombram a noite.
                                                                            Rafaella Alvez

                                                                

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Cinzas de rosas


Era novo e persistia. Foi dito repetidas vezes e assim,agora ecoava em sua mente, sem previsão de parada.As mãos estavam geladas e assim como suas pernas elas também estavam trêmulas, ditas num tom baixo e tímido as palavras saíram todas gaguejadas.Com a garganta engaiolada as mesmas presas não tinham escapatória. Ele me olhava do outro canto da sala,era um olhar morto,sem expectativas e nem muitas observações que foi interrompido por uma batida na porta,seguida de uma voz chamando alguém.O que fez com que o relógio voltasse a fazer seu percurso.Ele fica bonito de jeans e o outro lá de bermuda ,eu gostava dele porque entre todos era com ele que eu não trocava palavras ,e nem era preciso disfarçar olhando alternadamente em sua direção e no livro de sociologia .Os olhares não se cruzavam,droga! O leque amarelo ouro,florido e com mecanismo em marrom me chamava atenção,em partes pelo calor que fazia e os ventiladores não davam conta, o jeito como ele passava de mãos em mãos e nunca nas da japonesa que mordia com delicadeza e ousadia o lábio superior.Era uma das coisas que me intrigava naquele lugar.Mais uma para a tribo e ele nem se importava,como se não visse.Tinha estilo boyzinho e personalidade forte e isso já bastava para que eu me interessasse na figura do loirinho marrento,sem sal nem açúcar.Por que não falava comigo? Enquanto todos os outros já haviam se aproximado. O som de um violão que o músico dali tirava das cordas embalava meus pensamentos gritantes quanto a isso.Minha vontade de levantar dali e questioná-lo estava incontrolável,então resolvi pensar em outra coisa.Tentativa falha.Era mais forte que eu. Aquele professor com jeito afeminado me deu a brecha,me levantei e fui entregar a ele o pequeno quadro,coloquei minha mão sobre seu ombro e com jeito nada discreto ele se mostrou espantado com a minha figura representada ao seu lado,como um raio,mas do que depressa pegou o objeto. Não me preocupei nem um pouco com o que ele estava pensando de mim, a intenção era deixar minha marca e me mostrar presente.Missão concluída. Já se passava do 12:00 e o calor predominava o ambiente, minha vontade de ir para casa estava quase no mesmo nível de correr atrás.Sorte que eu não sou disso, me vangloriei! Eu sou foooooogo! Eu sempre insistia em dizer,se você acredita nos astros então por favor,não mexa com uma capricorniana. Aberta a pequena passagem, as palavras como passaros se viram livres e mais do que depressa saíram todas de uma vez,sem ordem ou cuidado,todas desordenadas chegaram ao ouvido do rapaz que por hora,só teve uma reação ... me olhar de volta e sorrir. O final a gente inventa!
                                                                                   Rafaella Alvez

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Preto no branco numa noite de quinta


A impulsividade tomou conta da menina,a transformou em outra pessoa naquela noite.Apenas uma mensagem mudou tudo.Não importava o batom se era vermelho,laranja ou até mesmo amarelo.Era algo dentro dela que havia mudado.Seu jeito, seus pensamentos e o fisíco nem quero cogitar.Aquela barba cerrada me deixou encantada,o sorriso e olhar marcante,o beijo quente; dessa vez ele sabia o que estava fazendo! O lápis escorrido de manhã foi inevitável,nem com água e sabão eu pude remove-lo por inteiro,e assim também aconteceu com o cheiro dele impregnado nas minhas roupas,na minha pele,por todo meu corpo … Soa estranho falando assim,e até parece apologia a sexo(o que quero deixar claro que não tem nada a ver),mas são só acontecimentos inevitáveis de se contar de outro jeito,a não ser este tão provocante como foi.Era diferente desta vez, não havia cumplicidade,era inexistente a idéia de nós dois juntos. E por íncrivel que pareça eu preferia assim.Tic-Tac,fazia o relógio incessantemente, as músicas eram péssimas ao meu ver,mas ele gostava então eu deixei.Não eram para existir borboletas, e nem falta de assunto, muito menos um pouquinho de timidez ou gagueira,mas aconteceu naturalmente. E ele não perdoava uma sequer. Usar argumentos do passado e reavivar a memória, como uma máquina do tempo, foi o que aconteceu naquelas horas. Me fez ver, o fez ver, nos fez ver. Que juntos nunca funcionáriamos direito, mas que unidos era reconfortante e fazia bem. Ele gosta de verde e eu de azul , ele prefere sertanejo romântico e eu Raimundos, ele fala do mundo explorado das baladas e eu das aventuras nos livros. Somos Vênus e Marte, mulher e homem, amor e ódio. São coisas que nunca foram feitas para “funcionar”, mas que se encaixam de uma forma extraodinária,com uma química perfeita,e com todo aquele clichê de ‘os opostos se atraem’. E aqui estou eu provando que isso pode não ser e não é apenas teoria. Quando dá vontade,saudade,carência, basta um sms,uma ligação e pronto. Cessa! Somos nós hoje em dia , e assim preferimos e rimos , é divertido poder enxergar tudo de um ângulo amplo e extenso ao nosso redor. Simples e complicado, eu e voce :)
                                                                Rafaella Alvez

A volta da sensação


eu me apaixono facilmente por sorrisos,olhares, passos , músicas , fragmentos quase imperceptíveis.Eu amo me apaixonar , é a melhor sensação do MUNDO!E o bom é que ninguém precisa saber a viagem que se passa na sua cabeça.Olha só ,cá estou eu , cheia de devaneios tomando conta da minha mente , algumas fantasias quase saindo pelos ouvidos , e se transformando em balões sobre minha cabeça … amo isso!
                                                             Rafaella Alvez

Voltando ...


Mais uma vez os Beatles, sempre eles , me fazendo bancar a apaixonada.Receber comentários do tipo “o cara tem muita sorte!”, só o que falta dessas pessoas entenderem é que se voce juntar todas as peçinhas, cada fragmento perdido que eu deixo por entre as frestinhas de portas que eu faço questão de deixar abertas por onde eu passo, é que eu sou apaixonada pela vida. Eu acho íncrivel o que se passa pela minha cabeça nessas horas, eu to fugindo de todo o foco do que eu queria escrever a 5 minutos atrás,antes de alguém entrar no meu quarto e me perguntar algo insignificante … E agora meu contexto é outro e o sentimento mudou em relação ao que eu queria passar.Vamos lá,(eu sei poderia ter reeditado e feito melhor,mas prefiro assim). É um furacão, vem a não sei quantos mil quilômetros por hora na minha direção e se choca comigo de uma forma que nos torna apenas um! Foi assim, desde mil novecentos e bolinha, que a minha intensidade com tudo que eu faço é inesplicável,única melhor dizendo. Eu gosto de sentir tudo ao extremo, sou 8 ou 80.”Morno”,”meio-termo”, não sei , essas palavras não costumam se encaixar no meu vocabulário,muito menos nas atitudes.O mundo se torna oco sendo visto por um grande vitrô, se passam as quatro estações com todos os seus direitos,belezas e correções.Eu não sei bem o porque,mas sempre tive esse pego à natureza,vivo poetizando e entrando em túneis sem fim enquanto fantasio minhas estadas em lugares em que contemplo nas minhas lembranças,as fotográfias ajudam-me a recuperar cenas difíceis de recordar,que estão escondidas num cantinho da memória, aliás a minha nunca foi tão boa assim,ao não ser quando se trata de fisionomias,sou ótima com isso,seja talvez porque amo olhares,sorrisos e rostos.Sim rostos,faces! Soa estranho e eu me pego rindo ao ter esse pensamento sem nexo,mas é verdade,.Cada qual com sua personalidade,que transparece em cada ‘carinha’, me fazendo criar histórias para cada uma delas, me permitindo tentar desvendá-las , ou até mesmo de relance, nunca mais as vendo por aí , perdidas por entre tantos outros rostos semelhantes reinventar uma paixão, um estado emocional, um antigo professor do primário quem sabe.O que eu quero dizer é que eu prefiro ver a casa ao ver a paisagem … eu gosto de fazer parte dela, e de longe avistar o vitrô. Pobres de alma as pessoas … Pobres pessoas, que não se aventuram, que não procuram diversidade, pobres de alma estas que acham que a vida se limita ao interior de uma janela grande com uma vista bonita … Seja,viva e contemple o que voce tem de mais grandioso dentro de ti , e leve consigo um pedaçinho do que estão dispostos a te oferecer, mas não se tranque, a mãe natureza mudará a vista da sua janela constantemente e aparentemente apenas 4 vezes ao ano. Você não foi feito pra se esconder ! :)
                                                            Rafaella Alvez

Sábado


tem coisa mais gostosa do que passar o sábado a tarde , só usando um camisetão, deitada no sofá ao som alto dos grandes mestres da musica brasileira; sentir a maior satisfação da sua alma , ao ler um pouco do que a Martha escreveu, e ainda poder ter os mais loucos devaneios a partir de um trailer confuso de um filme com a trilha sonora mais bacana que voce poderia ouvir num sábado ? hahaha qual é !

                                                                     Rafaella Alvez

Platônico


É incontrolável essa minha vontade de você, estar com você, abraçar você, beijar você, e cuidar de você. Porque a soma de nós dois sempre vem dando menos?  Somos bem aventurados que eu até me permito imaginar sermos um casal,e na minha imaginação que não é nada fraca, nós somos tão invejados … Mas vem sendo tudo tão inalcançável, aqueles seus meios sorrisos e olhares marcantes,aquela garra e auto estima, aquele seu jeito pequeno de ser se mostrando sempre presente por ser tão grande dentro de mim.Porque tudo tem que ser tão platônico assim? Poderia ter só um pouquinho de nexo no final de tudo,só pra ter graça.Não custaria nada e faria do mundo mais bonito e colorido … Mas isso é só uma hipótese, seus jeitinho cativante e sorriso bonito ainda vem sendo pra ela :(
                                                               Rafaella Alvez

Firework


Minha visão torpe desacreditava em tudo aquilo,mas hoje eu me dei conta , de que eu me apaixono a todo instante por todo mundo,sou colecionadora de fragmentos e assim vou recolhendo pedaços quase imperceptives das pessoas ao meu redor , muitas vezes insignificantes.Mas assim vou me reinventando, a todo momento.Todos esses retalhos,sim eu gosto de chamar assim,me ajudam a compor o que eu sou hoje.Amanhã ? Eu ja não sei ! É tão incrível essa clareza do vazio que eu tenho dentro de mim, é tão mais puro e bonito do que qualquer romance com um cara babaca que me machuque.É tão eu … É hoje o dia , acorda pra vida guria ! se olha no espelho e veja que só voce pode melhorar o seu dia, se apaixone mais e mais por voce mesma.Essa é a essencia da vida , a paixão !
                                                   Rafaella Alvez 

My smile


Tudo parecia simples . Mas minhas mãos suavam, meu coração começou a bater descompassado. As palavras me guiaram e quando eu percebi , ja estava a falar contigo. Era aquilo, parecia que nos conheciamos a muito tempo e que eramos velhos amigos.Eu acho incrível como o amor por algo em especial pode juntar duas almas e fazê-las partilhar disso , de uma forma extraordinária.De uma intensidade sem limites.Foi impactante e veio na hora certa !
                                                                    Rafaella Alvez 

Urgência


E é sempre assim, eu já não fico mais espantada comigo mesma.Foi intenso,foi até mesmo na primeira impressão,foi paixão!De repente a aquarela fazia sentido , e daquele simples borrado nas aulas de artes, surgiu uma espécie de coração deformado ,que pra mim foi o mais lindo de todos ! Aquele reggae começou a fazer sentido, e todas aquelas fotos ? Os momentos começaram a vir como flashs na minha cabeça , me ameaçando , me implorando , me pedindo misericórdia ! A lua passou a ter gosto de balas de goma. E não precisou de muito não , foi depois de uma conversa ,nada convencional, que despertou o que a muito eu não sentia. Todo o meu conceito dada , começou a ter  menos sentido ainda.Aquele quadro do gatinho lambendo as patas me chamou atenção , eu queria ter fotografado aquilo … Eu queria ter fotografado você ! É analogia eu sei ,mas voce me lembra gatos , mas não se identifica a esses chavecos cafonas, só lembra , aliás , eu nunca fiz questão de que nada tivesse sentido mesmo … Eu gostei do jeito que voce provocou esse furacão de sentimentos dentro de mim ! 
                                                   Rafaella Alvez

Devaneio


Aquele domingo ensolarado depois do almoço,eu sentada num lugar aconchegante, um lugar onde eu posso sentir a brisa leve no meu rosto,fazendo com que eu coloque minha blusa branca novamente.Ao som daquela melodia gostosa do Kenny G,fez a minha alma tão pertubada e vazia,sentir um desvio momentâneo de pensamentos,minha alma parecia confortada,acariciada,por instantes,posso sentir que o vazio da minha mente esta sendo convertido por uma leve ventania,apenas longe,bem longe,onde tudo que eu posso enxergar a olho nu são árvores,uma bela paisagem e um lindo e imenso lago.Quando o sentido vai longe a música muda,ela fica um pouco mais agitada,mas ainda sim naquele ritmo resplandescente.Prestando um pouco mais de atenção,me parecia qe as árvores gostaram daquilo e o vento as acompanhavam na mais gostosa dança,aquela que só podia ser sentida pelos mais observadores possíveis.Com tanta distração escuto um barulho longínquo,parecia um grito abafado,mas sentido com alívio,interrompida no meio de meu grande plano de entendimento,fui convocada a dar uma volta pelas pedras que ali estavam,mas sem muito sucesso voltei a minha linha tênue de pensamentos.Foi onde eu dei conta de que o grito voltava a ecoar ali por perto,fui atrás para certificar o que estaria sendo o motivo de todo aquele alvoroço, com essa missão pouco mais tarde percebo que o som forte era meu coração … tentando saltar de meu peito com todas as forças possíveis,ele queria me dizer que por mais frio e solitário que estivesse não queria ficar vazio,ele queria ir atrás de um novo amor,só coube a mim deixa-lo ou não partir … Coração,vai.Mas toma cuidado,você quem se apaixona e depois a dor é no meu peito.
                                                                            Rafaella Alvez 

Toda errada


O destino daquela noite era continuar sóbria, lendo meu livro deitada na rede da sacada,onde eu podia ver todo o movimento.Todos indo para uma festa no centro da cidade,outros fazendo uma festa de arromba abaixo de mim.Eu queria apenas ficar ali e me sentir como numa cena daqueles filmes melancólicos.Não consegui.Depois de um tempo,olhando para baixo de lá do alto,pensando em como seria se eu me jogasse naquele instante.Penso em tomar alguma coisa,já estava com a boca seca de passar tanto tempo ali.Passo pelo quarto escuro,me deparo com outra pessoa saindo de outro cômodo do grande sobrado e se assustando comigo,tiro o cabelo dos olhos e me desculpo.Desço as escadas rapidamente,com meu livro escapando entre os dedos sem sequer olhar para trás.Alguns dormindo,outros vendo televisão,a maioria bebendo,outros fazendo jogos no meio da sala de jantar,e outros um pouco mais sóbrios conversando sobre o trabalho e como era cuidar da casa.Fico irritada ! Deixo meu querido livro no sofá da sala e coloco a minha máscara de satisfação.Pego um copo com alguma coisa e resolvo beber junto com eles.Jogos ,bebidas,conversas sem muito sentido.Já alegre e bebendo tudo que me ofereciam olho para uma menina e a influencio para se juntar a nós , ela recua, eu não a forço,depois de alguns minutos a vejo lá.Eu influenciando alguém ? mas eu é quem tinha que ser influenciada.E fui , por mim mesma , pela falta de compaixão de todos ali.Ja era de madrugada,eu ja estava cansada e tonta.Outros vômitando,alguns passando mal,outros dando PT,e eu ali me sentindo errada e suja demais por tentar esquecer o lixo amoroso que estava a minha vida.Por tentar fugir da realidade,consegui,por pouco tempo,apenas o tempo que dura o álcool no seu corpo.Mal dormi,ja embriagada deitei com a roupa do corpo num colchão de ar pouco confortável.Meu “sono” durou apenas algumas horas.Acordo e me olho no espelho,me sentindo suja e idiota por me submeter a tal papel,o qual nunca havia feito.Tomo meu banho,a dor de cabeça forte predomina,conhecida como ressaca.Desço com olheiras gigantes,havia café quente na mesa.Bebo,estava forte.Com o passar do tempo o resto do pessoal foi acordando,um pior que o outro e eu ali,sem me mover,sem disponibilizar meu lugar a mesa para ninguém,se passou uma hora e meia e eu ainda tentando me encontrar.Única coisa que me fez sentir um pouco melhor ,sentir que havia encontrado um pequeno pedaço de mim,foi me deparar com o meu livro em cima da geladeira,como ele foi parar lá? Lembro-me de ter posto no sofá na noite anterior!Isso já não importava mais,deixei todas aquelas pessoas por um lado desconhecidas,passando mal e tendo que ir tomar soro no hospital, e mais do que depressa fui para casa.
Pedi alguns analgésicos para a minha mãe,que logo reparou o que estava acontecendo ou melhor tinha acontecido e me deu uma bela bronca por isso.Mas eu me senti bem por aquela bronca,fiquei de certa forma contente.Me senti errada demais,jovem demais.O protótico de garota perfeita havia saído para passear como diriam sábios amigos.A menina havia aprendido sobre virtude.Foi naquela noite,e apenas naquela,que a garota soube o que era ser desvirtuada.
                                                                        Rafaella Alvez

O mais lindo presente


Era um daqueles dias de merda, que você acorda querendo voltar a dormir.Nada tava bom o suficiente.Pra ocupar a cabeça resolvi lavar o quintal.Não sei bem o porque mas sempre acreditei que as águas levam todas as nossas energias negativas e nos deixam de certa forma puros.Nesse dia em especial não adiantou muito.Decidi tomar meu banho,fiquei por um bom tempo pensando lá de baixo daquela água refrescante.Ainda de toalha resolvi checar uns e-mails meus,li um ou outro.Quando ja estava quase pronta para sair me chamaram via messenger.Abri rapidamente,estava com pressa.Era um texto mediano que me deixou com a auto-estima mais baixa ainda.Fiquei irritada e revidei cada palavra.Juro que só não tomei uma decisão mais drastica por pena,talvez.
Sai com uma vontade de esmagar qualquer coisa,de ir lá e acabar logo com tudo.Foram palavras tão duras que definiam uma pessoa da qual eu não era,e me julgavam tão ruim,mas o pior de tudo é que eu nem consigo ser tão má da forma como ele descreveu.
Coloquei o som do meu mp4 no último,parecia mais aqueles clipes clichês sabe ? uma garota triste encostada com a cabeça no vidro ouvindo música.Fiz tudo que tinha que fazer no centro da cidade vizinha,juntamente com a minha mãe,a qual me animou bastante.
Quando estavamos voltando um moço meio desmazelado,alto,negro,um pouco acima do peso,com um carrinho de super mercado cheio de quinquilharias,começou a gritar para que parassemos o carro.Esse momento foi tão rápido e tão devagar ao mesmo tempo.Ele tirou de dentro do carrinho,uma boneca de pano, se via que não era tão nova, estendeu-a pela janela do carro e disse para a minha mãe que logo pegou presente , ouço as palavras dele ecoarem em minha cabeça,era algo como “Olha,isso daqui é pra moça que esta do seu lado,é pra ela,pra ela ficar feliz,é de natal”.
Segurando a boneca,agradeci ao bom homem com lágrimas nos olhos.E então saímos dali.Eu chorei toda a tragetória para a casa.Uma pessoa que aparentemente não tinha nada,teve a satisfação de presentear alguém que estava em condições melhores do que ele.E eu choro agora escrevendo esse desabafo e pedindo a Deus que me perdoe por ser tão egoísta,e por reclamar da vida que eu tenho,enquanto aquela pobre alma,pede de porta em porta algo para comer.Senhor obrigada por enviar um de seus anjos para me mostrar o quão boa é a vida que eu tenho.E eu sei que nada nunca vai substituir o que eu senti aqui dentro,porque esse foi o melhor presente que alguém poderia ganhar,foi o mais puro e o mais lindo e com toda certeza esse realmente foi de coração.
                                                                          Rafaella Alvez 

Is this love


Entro num café , lugar movimentado , gente barulhenta e esquisita.Sento-me ao lado de um grande vitrô, passo um tempo olhando para o cardápio com os olhos vazios,pesso então um cappucino mediano,não passaria muito tempo e nem tão pouco,o bastante para ligar meu laptop e escrever o que se passava pela minha cabeça.Olhando aquelas pessoas me deparo com uma,não me parece ter pouca idade,chuto seus vinte e poucos anos.Ele tomava um café expresso,olhava constantemente para o celular,estava bem vestido , era um estilo despojado,tinha rosto alegre e sorriso bonito,mas olhos tristes e cansados.Paro de olha-lo e resolvo escrever, meus arquivos sempre interminados.Depois de minutos escrevendo sem parar, sinto a minha mesa mexer,o garoto tropeçou sob o cadarço,esbarrou em minha mesa e derrubou seu café sobre minha jaqueta surrada.Levanto furiosa,fecho meu laptop coloco-o em minha bolsa e corro para o banheiro,deixo a porta aberta,sairia dali rápido.O rapaz de repente entra no banheiro com pressa e desesperado logo atrás de mim,ele pede desculpas rapidamente e tenta me ajudar,irritada pego minhas coisas sob a pia e saio,pago minha conta e vou embora.Após dias reapareço no mesmo lugar , sento num dos bancos altos perto do vitrô novamente, vejo alguém de capuz,estava um calor tão grande para um capuz aquela hora do dia.Beirava 16:00 hrs da tarde e o rapaz ainda lá , já fazia algum tempo em que eu escrevia e nada,nenhum movimento brusco.Peço então um café , preto mesmo, para me manter acordada enquanto escrevo.O rapaz se levanta , pega seu celular , vai diretamente ao caixa,paga sua conta,exata como sempre , e vai embora.Passo a frequentar mais vezes na semana aquele lugar,o garoto , nunca mais vi … Passadas semanas , e ainda aquele calor terrível,tempos de seca,sempre a mesma coisa.
Outro dia,acordei muito bem,passei o dia bem,como sempre fim de tarde fui para o café ,não quis me arrumar muito , aliás nunca fui de me preocupar tanto com a aparencia , apenas o suficiente,coloquei um vestido soltinho e um casaco complementando por cima,peguei minha bolsa e fui.Sentei-me no mesmo lugar de sempre,agora ja até conversava com os empregados,me dava bem com a garçonete que me servia,sempre conversavámos,pouco,mas era o suficiente.Neste dia ela veio com um papo dizendo que o rapaz que havia me observado numa das primeiras vezes que estive ali,estava por lá, na parte de fora , perto do jardim.Não me recordei do garoto,peguei minhas coisas e resolvi passar pela parte de fora,parecia uma cigana mudando de lugar,sentei-me então numa mesinha branca com cadeiras do mesmo material combinando,era ao lado de umas flores lindas,com um cheiro encantador.Meu dia estava diferente e quis assim continuar,pedi um suco de laranja ao invés de qualquer derivado do café.Liguei meu laptop,ainda haviam toneladas de arquivos para acabar,peguei um deles com uma data não tão antiga,me lembro de ter parado de escrever no incidente com o menino,e bem no finalzinho como se não bastasse , todas as letras do meu teclado haviam sido embaralhadas por meio ao texto,o que me fez desistir de continuar.Criando coragem para começar a ler o que se passava,então sinto uma mão sob meu ombro,viro-me depressa ,era ele.Fecho um pouco os olhos por culpa do sol,e digo olá com uma voz convincente.Ele pergunta se pode se sentar,diz que precisa me pedir desculpas devidamente.Deixo-o a vontade,pergunto-lhe seu nome,era diferente porém bonito.O rapaz então começa a se desculpar,meio sem paciencia digo a ele para que não se preocupe,acidentes acontecem.Horas se passaram,não havia me dado conta do quanto conversamos,até que nos entendemos bem,ja eram quase 21:00 hrs eu peguei minhas coisas rapidamente e disse que precisava ir,ele então me perguntou como me chamaria quando me visse outra vez , tão distráida nem me aprensentei,disse com uma voz doce : - Prazer meu nome é Anabelle.Fui para casa,levei uma bela bronca por ter chego tão tarde,mas a conversa estava tão boa que não pude evitar.Alguns dias depois volto ao lugar em que conversamos,lá estava ele com o seu sorriso bonito a mostra,não sabia se ia comprimenta-lo,desta vez levei um de meus livros favoritos para ler enquanto observava o movimento,dei com a mão e me sentei em sua direção,perto das flores,aquele dia estava estranho,nublado e abafado demais,até pensei que a seca acabaria por ali.Fiz meu pedido,alternava meus olhares , por um tempo no meu livro e por um tempo para Kaleb,ele devolvia os olhares ,até que não se conteve e veio até mim,se dizia timído,mas que precisava saber o nome do meu livro,dizia que eu o devorava com os olhos.Naquela tarde foi plantada entre nós a semente da paixão,soube um pouco mais sobre ele,e ele sobre mim … coisas que eu nunca diria a um ‘estranho’.Seu passado era triste e cheio de amargura,o meu era perfeito demais.
Sempre fui a menininha perfeita dos meus pais,não desobedecia-os , não dizia palavrões,não revidava qualquer bronca.Ele era do tipo que se fazia de difícil,mostrava ser durão,mas com um pouco mais de conversa cedia e mostrava quem realmente era.Afinal quais pessoas que leêm Nicholas Sparks são tão frias assim ? - Kaleb começou a fazer parte da minha vida,nos encontravámos quase todos os dias ali no café.Até que ele quis mudar as coisas , disse que queria ir comigo para algum lugar diferente e que se houvesse confiança sobre ele , me levaria para conhecer o seu lugar mais intimo.Ali mesmo naquela cidadezinha do interior,podia ter um lugar tão lindo.Com um pouco de receio subo na sua moto,aperto-o pela cintura,mostro minha insegurança.Chegamos a um lugar,desconhecido por mim e muito bem aventurado por ele,fazia questão de me mostrar a beleza dali,era tão lindo que até faziam arder os olhos.Umas pedras gigantes e um lago imenso,lá não tinha ninguém,a vista era linda , estonteante , um calor terrível,um sol vermelhinho.Meus pais jamais desconfiariam de que eu estava ali,e muito menos junto de Kaleb,queria aproveitar,sair daquele circulo vicioso deles,de não poder fazer nada.Deixo meu livro sob o chão,perto de uma árvore onde deixamos a moto,ele tira a camisa  e faz uma aposta comigo,tiro meu casaco e vou com ele , de mãos dadas pulamos naquela água fria.Esqueço por horas das consequencias , me liberto naquelas águas,tiraram toda a impureza e insegurança que havia sobre mim,pareciam milagrosas,nos divertimos muito aquela tarde.Saio da água.Agora molhada e com frio sento-me perto das grandes raízes daquela enorme árvore,logo após Kaleb também se cansa e senta-se ao meu lado.Eu estava gelada ,e o vento me deixava arrepiada,foi quando ele ofereceu sua camiseta pra eu me sentir um pouco mais aquecida.Aceito acanhada.Não restava mais palavras eu não sabia sobre o que conversar , foi quando ele encostou sua mão na minha,disse que estava feliz por eu ter conhecido seu ‘esconderijo’.Chegou um pouco mais perto,dessa vez cochichava ao pé do meu ouvido,dizia que podia ficar melhor,eu fiz uma cara desconfiada e um beijo então ele me deu,foi um beijo bom,foi devagar, com carinho e atenção,por mais frio que ele estava ,seus lábios eram quentes e mácios.Dei um sorriso envergonhado,então Kaleb pegou meu livro e leu uma de suas citações,seus olhos não pareciam tão tristes quanto o dia do acidente no café.Quebrei o silêncio,perguntei a ele o que acontecia naquele dia.Ele hesitou em me contar,mas depois abriu o jogo.Disse que aquele não era um dos seus melhores dias,havia perdido algo importante e esperava algo que não vinha,então levantou meio distraido e furioso e acabou manchando minha roupa.Ele não entrou em detalhes e como não disse,não quis me intrometer.Ficamos lá até cair a noite,quando ele me levou até em casa.
Passaram-se dois meses e meio , entre ficadas e tudo mais,estava feliz ao seu lado,nos viamos algumas vezes na semana,ele trabalhava e o meu estudo me impedia também.Quando estavamos juntos parecia cessar toda a saudade dos outros dias,me fazia bem.Nada de rótulos,nada de garantias,apenas um dia de cada vez.Kaleb passou a ser importante na minha vida.Cada mensagem,cada depoimento,cada telefonema,ele sempre me surpreendia,por mais que eu não gostasse muito de surpresas ele o fazia.Foi um verão incrível,depois de algum tempo nosso namoro ficou firme,ele me respeitava tanto,aceitava tanto os meus limites,era tudo tão perfeito,minha vida junto a dele parecia fazer sentido,meus pais o adoravam.Depois de alguns anos de namoro,naquele mesmo café, um dia o meu amor me surpreendeu,veio com uma caixinha pequenina,fez aquele belissímo pedido e então,naquela tarde fria,ficamos noivos.Nos casamos meses depois,e agora depois de 11 meses sendo esposa dessa pessoa maravilhosa,estou aqui filha escrevendo,para poder mostrar isso a você algum dia,por que se for para acontecer,vai acontecer seja em um café,ou em qualquer outro lugar,o seu amor vai aparecer da forma mais surpreendente possível.E então sua vida,vai parecer ter sentido.Nós ja te amamos muito e te esperamos para essa jornada imprecionante. Ass : mamãe !
                                                                       Rafaella Alvez 

Sem poesia


Como se uma música um pouco mais lenta e um lugar mais calmo fosse me ajudar a continuar escrevendo,quem me conhece sabe que não é vocação e nem opção,sabe que eu escrevo numa forma de refúgio,do mundo, de tudo e de todos,e na maioria das vezes até de mim mesma, o que agrava tudo.Nunca soube quando isso começou , digo escrever, e nem de onde vinha a inspiração,a  idéia nunca foi dizer que sou ‘escritora’, isso me soa um tanto quanto repulsivo da minha parte.Uma página borrada não pode ser tida como desenho, e algumas palavras jogadas num papel na forma de mais um dos meus textos sujos também não podem me tornar uma escritora.
Sinto a necessidade de escrever e libertar algo que esta me aprisionando dentro de mim e que me força a acreditar que não há sobre o que falar.Me deparei perdida dentro de um lugar do qual não  imagino onde seja,é escuro e um tanto quanto assustador, existe apenas um caderno de folhas brancas e um pequeno lápis jogados perto de mim.Só que a situação esta tão difícil que nem escrever eu não consigo, parece que o lápis não se adapta a minha mão.Mas o que me deixa mais aflita é a sensação de não ter a capacidade de sequer escrever uma história descente,tal como um universo paralelo para me tirar de lá.Do obscuro.Antigamente costumava escrever sobre qualquer coisa,todas as minhas emoções eram passadas pra algum lugar de alguma forma,hoje acredito ter perdido talvez a manha , e chego sempre na mesma conclusão infeliz, perdi o que eu mais gostava em mim, o talento em conseguir passar pro papel qualquer pequeno pensamento e transformar isso numa coisa bonita.Leio todos os meus textos antigos na tentativa falha de encontrar algum fragmento perdido,e nada.Em todo momento eu fico em busca do que me fazia sentir naquele tempo.Tento constantemente voltar naquelas épocas onde tudo ainda fazia sentido.Procuro em rostos desconhecidos,vozes diferentes, até mesmo na natureza e nem mesmo as mais bonitas paisagens me fazem escrever algo bom o suficiente,como costumava ser antes.Era ter o material necessário na mão e ali já surgiam todos os meus rabiscos tolos, meus esboços, que eu aprimoraria depois que terminasse.Realmente sinto falta daquilo … Aquilo , era eu.
                                                                             Rafaella Alvez